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O Operador Nacional do Sistema Elétrico recomendou pelo menos quatro diferentes ações para enfrentar a situação de baixa hidrologia pela qual o país tem passado. Entre eles estão minimizar o despacho de UHEs no Norte do país, maximizar a disponibilidade de potência com antecipação de usinas que estejam em manutenção e adiamento de ações dessa natureza, acionar térmicas como a UTE Termopernambuco, a GNL em outubro, e ampliar o uso do programa de Resposta da Demanda.

Apesar dessas ações, o operador reforçou que o país possui recursos para atendimento à demanda, o problema está concentrado no atendimento à ponta de carga, horário em que as usinas do Norte tem participação relevante. Acontece que naquela região as afluências estão bem abaixo da média histórica. Outra questão é que as centrais geradoras por lá são em sua maioria absoluta na modalidade a fio d’água, como as usinas do Madeira. O ONS sinaliza que a maior preocupação está relacionada aos meses de outubro e novembro, justamente os dois últimos que formam o período seco no país.

“Com as chuvas abaixo do esperado, há uma menor disponibilidade de recursos hidráulicos, especialmente na região Norte do país, cuja contribuição para o atendimento à ponta de carga é fundamental. Dessa forma, para os períodos do dia de maior consumo de carga, que acontece à noite, especialmente, para os meses de outubro e novembro, o cenário exige a adoção de medidas operativas adicionais e de caráter preventivo, que foram apresentadas no começo de agosto ao Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE)”, aponta.

Tanto é assim que a Energia Pecém, usina termelétrica controlada pela Mercurio Asset, foi acionada nesta semana para despacho térmico para reforçar a estabilidade do Sistema Interligado Nacional (SIN). A restrição de geração de energia eólica e solar, o chamado “curtailment”, também motivou o ONS a acionar usinas termelétricas nas últimas semanas. Esta é a segunda vez que a usina Pecém 1 é acionada em agosto.

A unidade tem capacidade instalada de 720 megawats. A térmica a carvão é controlada pela Mercurio Asset, que comprou 80% da Energia Pecém da EDP em 2023. A usina foi acionada no último domingo e ficará em operação até a próxima segunda-feira, 26 de agosto, com previsão de geração de 93.240 MWh no período.

Novembro com mais chuvas

De acordo com a meteorologista Isabella Talamoni, da Climatempo, olhando para o trimestre. O mês de setembro poderá ser marcado pela regularização das chuvas no Sul do Brasil. Na parte central, a primeira quinzena ainda será mais seca e as chuvas chegarão com as frentes frias na segunda metade do próximo mês e concentradas no Sul.

Segundo a meteorologista, que participou do CanalEnergia Live desta quarta-feira, 21 de agosto, em outubro o país verá mais episódios de chuva também no submercado Sul. Já em novembro, a previsão é de ocorrência de mais dias com chuvas e com mais abrangência em todo o país, até porque, destacou que a atmosfera fica mais quente, naturalmente. “Veremos o começo da formação de corredores de fluxo de umidade e com instabilidades locais e pancadas de verão em novembro. As chuvas vêm aos poucos. Em novembro teremos frequência maior de dias com precipitações”, apontou.