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Durante o Energy Tech Talks “Tarifas X Preços: compreendendo as diferenças e seus efeitos no consumidor”, realizado nesta quarta-feira, 21 de agosto, o diretor de Regulação da TR soluções, Helder Sousa, revelou que a Geração Distribuída não deverá causar grandes distorções na tarifa no curto prazo.

De acordo com ele, o tema é complexo, mas ainda haveria um estoque remanescente de GD1 – aquela cuja compensação se dá em toda a tarifa – para entrar em operação de cerca de 3,5 GW até 2025, segundo estimativa da Greener. Não haveria um impacto na tarifa para o consumidor, apenas para a distribuidora em um primeiro momento, com a perda de receita compensada no reajuste seguinte.

Os megawatts que entrarão em operação de GD2 também não impactariam a tarifa de modo expressivo. Segundo Sousa, o crescimento do mercado, levaria a estabilidade da tarifa no tempo, com a CDE-GD. “Não enxergamos um impacto da tarifa significativo dessas entradas de GD”, avisa.

Apesar do prognóstico, o diretor da TR alerta que caso esse crescimento da GD esteja subestimado e as projeções errarem, pode haver um impacto real nas tarifas de energia no futuro.

Ainda de acordo com ele, há uma janela de oportunidades para as distribuidoras. Muitos contratos de térmicas a diesel e óleo combustível terminam nos próximos anos, o que as deixariam mais leves. “Se as distribuidoras não se contratarem por mais anos, podem ficar equilibradas do ponto de vista contratual”, explica. A TR projeta uma demanda de 2 GW par o leilão A-1.

No webinar, promovido pela Electra Energia, o impacto da renovação das concessões de distribuição na tarifa também foi abordado. Para o professor Alexandre Street, da PUC-RJ, foi desperdiçada uma oportunidade para um novo pacto regulatório, que se faz urgente, sob pena de deterioração do setor. “Se não fizermos algo real para ter um novo pacto vamos caminhar para um completo colapso regulatório”, avisa.

Ainda de acordo com ele, há uma falta de gestão no setor. Ele sente falta de debates sobre o sinal de preço e que as distribuidoras possam investir em tecnologias de gestão que melhoram efetivamente os seus serviços.

Já para Sousa, a renovação das concessões traz questionamentos, uma vez que a ênfase na qualidade das redes deverá demandar mais investimentos. Determinadas distribuidoras terão mais interesse em alcançar os índices de qualidade. “Como vamos reduzir a tarifa por um lado, sendo que as distribuidoras vão ter que aumentar os investimentos?”, indaga.

O moderador do webinar, o ex-diretor da Aneel Edvaldo Santana, lembrou que hoje o setor elétrico passa por um problema de governança. Segundo ele, enquanto as decisões que afetam os custos estiverem sendo tomadas e motivadas por lobbies e pelo Congresso Nacional, a tendência é de aumento de tarifas.

A criação de subsídios diretos e indiretos que acabam onerando as tarifas também foram criticados. A falta de controle na sua concessão deixa os impactos ilimitados e gerando efeito cascata. “É muito importante tomar cuidado com esse espaço de incentivos e subsídios que temos aqui”, avisa Street.