Olá, esse é um conteúdo exclusivo destinado aos nossos assinantes
Cadastre-se GRATUITAMENTE ou faça seu LOGIN e tenha acesso:
Até 5 conteúdos
fechados por mês
Ficar por dentro dos cursos e
eventos do CanalEnergia
Receber nossas newsletters e
mantenha-se informado
sobre o setor de energia.
Notícias abertas CanalEnergia
ou
Já sou cadastrado,

A cogeração pode dar uma contribuição ainda mais relevante para a segurança energética do país diante do crescimento da geração de fontes intermitentes na matriz elétrica brasileira no fim da tarde, especialmente as solar fotovoltaicas. Esse é um dos pontos apresentados em consulta pública pela Associação da Indústria de Cogeração de Energia (Cogen) para ajustes no Leilão de Reserva de Capacidade que deve ser realizado em dezembro.

A criação do ‘Produto Potência Termelétrica Sazonal’ envolveria os empreendimentos termelétricos novos e existentes, com Custo Variável Unitário (CVU) maior que zero e o compromisso de entrega de potência em MW durante a safra canavieira, de abril a novembro, no caso da região Centro-Sul. De acordo com a entidade, uma parte da capacidade instalada das usinas sucroenergéticas opera com turbinas de contrapressão relacionadas ao processo de cogeração e à fabricação de etanol/açúcar, as quais são classificadas com o CVU igual a zero.

Outra parte, porém, opera com turbinas do tipo condensação, permitindo a entrega de potência, despachável durante a safra, desde que haja uma adaptação nas condições da flexibilidade operativa (“T-on”, “T-off”, “R-up”, “R-dn” e “Gmin/Gmax”), uma vez que se trata de turbinas a vapor. “Nossa sugestão é que possamos ter uma parcela da capacidade atual das usinas sucroenergéticas capaz de entregar potência, com CVU maior do que zero e determinada flexibilidade operativa”, resume Newton Duarte, presidente da Cogen.

Outra proposta da Associação é a criação do ‘Produto Potência Termelétrica Renovável’, com CVU maior que zero, envolvendo a geração com combustíveis renováveis. A ideia é contribuir para desenvolver novos mercados e produtos, com o uso mais eficiente dos ativos de geração e das redes de transmissão e distribuição que servem as usinas, provendo a mitigação de riscos operacionais e comerciais com a geração também na entressafra.

Duarte também ressalta ganhos de economias de escala e de escopo que surgirão desses novos arranjos de governança, além de trazer aos Leilões de Reserva de Capacidade a possibilidade de atendimento a potência com energia renovável e sustentável, sem prejudicar compromissos de redução de emissões assumidos pelo governo federal.

Na interlocução com autoridades do setor energético, a Cogen tem demonstrado a importância de se criar condições para que o Brasil possa superar o desafio da rampa de geração de energia no fim da tarde, a chamada “curva do canyon”. O fenômeno é intensificado pelo crescimento da Micro e Minigeração Distribuída, o que exige um grande esforço do ONS para suprir uma lacuna que já atinge 30 GW.