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O nome da empresa é Brasol, mas diferentemente do que o nome sugere, o sol não se refere apenas à geração solar, mas sim a soluções e serviços para o setor. A empresa fundada em 2017 por três sócio e que hoje conta com dois peso pesados como acionistas tem um plano ambicioso para os próximos cinco anos, conseguir alcançar R$ 10 bilhões em ativos desde geração distribuída, a baterias, gestão de grandes consumidores e carregadores de veículos elétricos.

Ty Eldridge, CEO da companhia, disse em entrevista à Agência CanalEnergia que nos próximos 12 meses a empresa tem como foco colocar em operação novos projeto que ao total devem somar 500 MW em potência instalada. Isso porque há o prazo por serem usinas de geração distribuída enquadradas nos benefícios da lei 14.300. Somente esses empreendimentos deverão responder por algo entre R$ 2 bilhões a R$ 3 bilhões em aportes. “Hoje temos cerca de 150 MWp, ou seja, devemos duplicar ou triplicar o volume de geração que temos em apenas um ano”, destacou ele.

O executivo aponta que a Brasol tem caixa para isso. A empresa possui a Siemens (35%) e a Blackrock (45%) em sua base de acionistas. A primeira entrou em 2020 e a segunda é mais recente, no final de 2023. Os 20% restantes são dos três sócios fundadores.

Eldrigde, que é norte-americano, mas está há uma década e meia atuando em outros países, diz que a Brasol é uma empresa que está na ponta compradora de um setor em que entre as 30 maiores empresas há 25 com ativos à venda ou que procuram parceiros para dar continuidade em investimentos.

Por isso, a expansão da Brasol pode se dar em três linhas específicas. Ele relata que uma delas é a formação de parcerias, como a recém anunciada com a BC Energia, que mira até 150 MWp em usinas solares. Outro caminho é a aquisição de projetos junto a desenvolvedores com ativos, mas que não possuem capital para a obra. E ainda, usinas em operação de empresas que não têm a perspectiva de crescimento e que por isso pretendem vender.  “Somos consolidadores. Nossa intenção no mundo da GD é realmente comprar e adquirir o maior número de ativos possíveis”, classifica o executivo.

No momento, o foco da Brasol está voltado para projetos de GD zero e 1. Para o CEO, projetos de GD 2 e 3 ainda não se pagam. Apesar de que a combinação entre a GD 2 com baterias em usinas de 2 MW a 3 MW em áreas próximas ao consumidor já podem fazer sentido econômico ao considera a queda de preços da fonte solar e das baterias.

E justamente nessa linha de atendimento a grandes consumidores seja ele industrial ou comercial que a Brasol busca atender. Em média e alta tensão considerando a necessidade de subestações e linha de transmissão para que complete o ‘pacote’ de soluções. Inclusive, ele não descarta ainda a geração centralizada.

Tudo para que no futuro, no plano de cinco anos, a companhia alcance ativos que somam R$ 10 bilhões. Hoje a empresa possui empenhados 30% desse valor no portfólio que é mais em GD, onde ele acredita que a companhia possa gerar mais valor ao cliente que atende.

Em sua avaliação, a definição se as baterias poderão participar do leilão de capacidade ou não é que deverá ser o gatilho para que essa tecnologia possa ser introduzida mais rapidamente no Brasil ou não. Ele toma como exemplo os Estados Unidos que possui um perfil de geração afastada dos centros de carga e que a entrada desses dispositivos junto a transmissoras acelerou sua implantação por lá. Para Eldrige, o armazenamento deve estar mais próximo à rede, seja de transmissão ou distribuição, não junto à geração.