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O Brasil bateu recorde de importação, com 10,7 GWp de módulos fotovoltaicos no 1º semestre de 2024, um aumento de 30% em comparação ao 1º semestre de 2023. Esses dados são do estudo estratégico de geração distribuída da Greener, apresentado nesta segunda-feira, 26 de agosto, em São Paulo.
Dos 10,7 GW nacionalizados, 7,5 GW (70%) destinou-se ao mercado de GD, representando um aumento de 5 p.p em relação ao ano de 2023. Em contrapartida, 3,2 GW (30%) foi destinado ao mercado de GC. Para o diretor da Greener, Marcio Takata, o primeiro semestre apresentou um recorde para o Brasil, pois 2023 foi um ano desafiador. “Em 2023 houve a mudança da regulação, então foi bastante desafiador. Mas houve uma certa retomada no segundo semestre do ano passado e vemos agora uma aceleração, atingindo 10,7 GW só no primeiro semestre”, disse.
Vale destacar que no 1º trimestre 2024 registrou 5,6 GW, o maior volume trimestral histórico, com um aumento de 59% frente ao 1º tri de 2023, que apresentou queda no volume importado.
A classe residencial volta a crescer em 2024, sendo influenciada pelos preços mais baixos, queda na taxa de juros e retomada gradual do interesse do consumidor foram alguns dos motivos para a retomada do mercado residencial de GD.
Preços
Os preços dos sistemas FV para clientes residenciais e comerciais de pequeno porte registraram queda de 6% em junho de 2024 comparados a janeiro de 2024. Segundo a Greener, a redução do preço dos módulos foi principal fator que contribuiu para essa variação.
De acordo com os dados apresentados, o preço do polissilício atingiu seu nível mais baixo desde o começo do ano de 2024. Segundo Takata, um preço bastante competitivo e o mercado continua migrando para uma nova concepção de tecnologia mais eficiente.
Foi uma queda de 40% do preço do polissilício N-Type entre janeiro e junho de 2024. Os fatores que contribuíram para essa queda foram uma aceleração da oferta em relação a demanda do mercado. Vale destacar que em junho de 2024 o market share na China da tecnologia N-type foi de 64%.
Já o preço do aço teve uma queda de 13% em relação a janeiro de 2024 (545 USD/t), atingindo 473 USD/t em julho de 2024. Por outro lado, houve um leve aumento na produção do aço na China junto a um crescimento abaixo do esperado no mercado imobiliário têm contribuído para a desvalorização do aço. Segundo a Greener, há uma tendência de estabilidade de preços em 2024.
Por outro lado, o percentual de custos de nacionalização se manteve estável em junho de 2024, representando 18,75% do preço CIF. Já o frete teve uma alta significativa, correspondendo a 8,17% do preço FOB em 2024, comparado com 3,8% em 2023.
Cidades brasileiras com sistema FV instalado de GD
99,6% das cidades brasileiras contam com pelo menos um sistema FV instalado de GD. Cerca de R$ 11 bilhões foram investidos em GD Solar no 1º semestre de 2024. Sudeste lidera entre as regiões, concentrando cerca de 1/3 dos investimentos feitos em 2024. Segundo Takata, as regiões de Mato Grosso e Paraná vem avançando fortemente no volume de instalação.
Financiamento
Segundo os dados da Greener, o financiamento apoiou 51% das vendas, possivelmente impulsionado pela redução das taxas de juros e menor restrição ao crédito pelos bancos. Segundo a Greener, houve uma recuperação importante no percentual de vendas com financiamento desde 2022, mantendo-se acima de 50% em 2024.
A redução das taxas de juros indica melhores condições ao uso do crédito. Outro fator que influencia diretamente o percentual de vendas com financiamento é a confiança do banco na qualidade do serviço oferecido pelo integrador.
Retorno do investimento
O retorno do investimento em sistemas FV apresentou uma melhora, com redução de 10% do payback para as instalações locais residenciais em comparação a janeiro de 2024, sendo impulsionado pela queda do preço dos sistemas FV.
Volume de vendas
Segundo a pesquisa, o comportamento do mercado de GD varejo durante o 1º semestre de 2024 foi semelhante ao de 2022 e apresentou uma recuperação nas vendas em relação a 2023, impactando positivamente a taxa de conversão. A taxa de conversão, de 14,9%, dobrou no 1º semestre de 2024 em relação ao 1º semestre de 2023, apontando maior eficiência na conversão das vendas.
Cerca de 94,7% dos integradores realizaram pelo menos uma venda durante o 1º semestre de 2024. Este é o maior valor registrado pela pesquisa desde 2021. Os portes de 4 a 8kWp continuam sendo os mais vendidos pelos integradores, apesar de uma diminuição percentual.
Os portes maiores de 8 a 30kWp vêm ganhando mais relevância nas vendas dos integradores. A queda no preço dos sistemas FV ao longo dos últimos anos pode ter sido um fator para o aumento dessas vendas de maior porte, tornando-os mais acessíveis.