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A Fuplastic lançou uma casa de inversor 100% sustentável, fabricada a partir da reciclagem do polipropileno, um polímero termoplástico produzido com a polimerização do gás propileno ou propeno, que pode ser facilmente moldado quando submetido às altas temperaturas.
De acordo com o CEO da companhia, Bruno Frederico, a casa de inversor da Fuplastic tem o objetivo de centralizar todos em uma área coberta e protegida do sol e da chuva. “Isso vai organizar e otimizar o processo já que os inversores estarão reunidos em um mesmo local, de fácil acesso para as pessoas conseguirem monitorar de forma mais prática”, disse com exclusividade à Agência CanalEnergia.
Ele destacou que o diferencial da casa de inversor 100% sustentável, é ela ser feita de blocos modulares de plástico pós-consumo ressignificado. “Para se ter ideia, o tamanho mínimo é de cerca de 10m², construída com 450 blocos, que equivalem a 225kg de resíduos plástico retirado da natureza e ressignificado em um bem durável. Entre as vantagens, rapidez na montagem e entrega; praticidade na manutenção do inversor, já que ele fica em uma disposição que facilita a refrigeração; o único trabalho que tem é do eletricista para fazer a conexão. E nossa casa de inversor é completamente aderente a proposta de sustentabilidade dos parques solares, já que ajuda na questão da poluição plástica e preservação do meio ambiente”, explicou o CEO.
Com a sustentabilidade no DNA, a empresa usará as estruturas das casas de inversor e de controle em exposição como parte do estande de 80m². Dessa forma, foram retiradas mais de 2 toneladas de lixo da natureza. “Outro ponto positivo é que na desmontagem não gera resíduos, pois todo o material pode ser reciclado e reutilizado. Isso contrasta com outros estandes, que geralmente produzem sobras de madeira, entre outros materiais”, ressaltou Frederico.
Ele afirmou à Agência CanalEnergia que não foi preciso investimento nesse produto, pois o método construtivo é versátil e permite novas ideias e adequações. “Já atuamos no segmento de parque solar, primeiro foi com as caixas de passagem de plástico reciclado, depois com as casas de controle feitas do mesmo material. Como a ideia é desenvolver soluções sustentáveis, criamos a casa de inversor após a demanda de um cliente”, disse.
Casa de controle
A Fuplastic viu nas casas de controle – casa de máquinas existentes em usinas solares – mais uma oportunidade e lançou na Intersolar 2024 uma versão inovadora também de blocos com plástico reciclado como matéria-prima.
As vantagens são inúmeras quando comparadas. As casas feitas de alvenaria demoram cerca de 60 dias para a construção, demandam mão de obra local, dependem de logística de matéria-prima e não contribuem para o meio ambiente. Já as construções modulares têm instalação de um dia, projeto plug & play, com produto pronto, de rápida implementação, construção off-site, 100% sustentável e com conforto térmico e acústico. Cada casa de controle de mais de 13m², utiliza 1.700 blocos e ressignifica 850kg de plástico.
Caixa de passagem
Outra solução da Fuplastic apresentada e muito utilizada em parques solares é a Stander Box, uma caixa de passagem também feita de plástico reciclado. Cada unidade de 1m³ ressignifica 60kg de plástico pós-consumo, e proporciona uma alternativa sustentável às caixas de alvenaria ou concreto.
As caixas de passagens, destinadas a passar, emendar ou terminar fios e cabos de linhas de redes, são fabricadas há cerca de 50 anos de alvenaria ou concreto. Isso pode ocasionar custos de obra adicionais, complexidade de materiais e locomoções, grande movimentação de matéria-prima, risco de quebra, produto muito pesado, longos dias de trabalho e ainda não contribui para o meio ambiente, por exemplo. No oposto, a Stander Box tem excelente custo-benefício, montagem rápida, prática e eficaz, padronização do produto, leve, segura, com pronta entrega e 100% sustentável. E, ainda tem a resistência: comporta cerca de 40 toneladas, muito mais que a necessidade que uma caixa dessa precisa ter.
O ganho logístico é de 800%, sendo que para a caixa de concreto um caminhão de 8 metros comporta 14 caixas de 1 metro; de alvenaria, 30 caixas de 1 metro; e a da Fuplastic, 128 caixas de 1 metro, já que é composta por quatro faces desmontadas e achatadas. Enquanto a caixa de concreto pesa 600 kg e precisa de munck para ser instalada, a de plástico reciclado pesa 60 kg e pode ser carregada com facilidade por uma pessoa.
Na montagem, o ganho também é excepcional: no concreto, o munck descarrega a caixa ao lado de cada buraco na obra e depois volta com guindaste para posicioná-la no lugar; a alvenaria exige a construção, e a de material reciclado é montada em apenas um minuto e meio com sistema de encaixe.
Planos da empresa
A expectativa da Fuplastic é aumentar o crescimento dentro do setor de energia, algo em torno de 10% com o lançamento da casa de inversor. “Apostamos na aderência entre energia solar e as nossas soluções sustentáveis”, ressaltou Frederico. Ele também afirmou que a companhia continuará trabalhando para cada vez mais entender as necessidades de seus clientes para incentivar a sustentabilidade e levar soluções inovadoras e que realmente ajudem nos processos.
Bruno Frederico, CEO da Funplastic: empresa quer crescer no segmento de energia
De acordo com o executivo, o mercado de energia solar tem experimentado um crescimento significativo tanto no mundo quanto no Brasil, impulsionado por uma combinação de avanços tecnológicos, algumas políticas governamentais favoráveis e uma crescente conscientização ambiental. “Globalmente, a energia solar é uma das fontes de energia renovável que mais cresce. Para se ter ideia, no ano passado, entre janeiro e setembro de 2023, aconteceu o maior incremento da capacidade de geração solar centralizada da história no Brasil. A tecnologia fotovoltaica (PV) é a mais comum e representa a maior parte da capacidade solar instalada. O custo da energia solar tem diminuído nos últimos anos, tornando-a competitiva em muitos mercados, mesmo sem subsídios”, explicou.
Ele ainda declarou que Brasil tem um enorme potencial para a geração de energia solar devido à localização geográfica, que proporciona altos índices de radiação solar. “Apesar de ter começado a explorar esse potencial mais tarde do que outras nações, o mercado solar brasileiro tem crescido nos últimos anos”, disse o CEO da Fuplastic.
A capacidade instalada de energia solar no Brasil ultrapassou 30 GW em 2023, de acordo com dados da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), com destaque para as usinas de geração distribuída, onde consumidores instalam painéis solares em suas residências, comércios ou indústrias. “Além disso, o país também tem investido em grandes plantas solares de geração centralizada. Apesar do crescimento, o mercado solar brasileiro ainda enfrenta desafios, como a burocracia para a conexão de sistemas à rede elétrica e a falta de incentivos em algumas regiões, por exemplo. Mas, as perspectivas são positivas e a minha expectativa é de crescimento contínuo nos próximos anos”, finalizou Bruno Frederico.