Olá, esse é um conteúdo exclusivo destinado aos nossos assinantes
Cadastre-se GRATUITAMENTE ou faça seu LOGIN e tenha acesso:
Até 5 conteúdos
fechados por mês
Ficar por dentro dos cursos e
eventos do CanalEnergia
Receber nossas newsletters e
mantenha-se informado
sobre o setor de energia.
Notícias abertas CanalEnergia
ou
Já sou cadastrado,

A Petrobras não terá como reduzir o percentual de reinjeção de gás natural em alguns campos de exploração de petróleo para ofertar ao mercado uma quantidade maior do insumo, como pretende o governo. A declaração foi dada pela presidente da estatal, Magda Chambriard, explicando que isso não será possível em algumas plataformas contratadas no governo anterior, e um eventual retrofit dessas instalações é economicamente inviável.

“Algumas das plataformas da Petrobras foram desenhadas no governo passado sem possibilidade de exportação de gás para a costa. Então, nós também estamos revendo isso. Esse é um assunto delicado, porque evita a possibilidade de comercialização de uma quantidade muito grande de recursos”, disse nesta quarta-feira, 28 de agosto, após participar do seminário Diálogo G20 – Transição Energética.

A Petrobras ainda não tem um estudo de qual seria o potencial de ampliação da disponibilidade de gás, onde é possível levar o produto para a costa. “Nós vamos ter que fazer isso nas novas plataformas. Nas que já estão lá e que já estão sendo entregues isso não vai ser possível. Por isso, até que o Decreto (12.153, publicado na ultima terça-feira, 27/08), diz que nós vamos fazer isso onde há viabilidade técnica.”

O normativo que altera a regulamentação da nova Lei do Gás determina a redução da reinjeção de gás natural ao mínimo necessário, inclusive com o estabelecimento do volume máximo de gás natural a ser reinjetado, ouvindo as empresas e respeitada a viabilidade técnico-econômica da medida. Ele também prevê que novos projetos com volumes significativos de gás natural devem contemplar a possibilidade de exportação de gás natural; além de determinar a adequação da capacidade operacional das infraestruturas de produção, escoamento, tratamento, processamento e transporte para atendimento à ampliação do volume estimado da produção de gás.

Para a executiva, o decreto não atrapalha os planos da empresa. “O que nós estamos fazendo já é um esforço muito grande na direção do gás natural”, disse Chambriard. Ela lembrou que o gasoduto Rota 3 entra agora no final de setembro e a estatal vai oferecer mais gás ao mercado brasileiro. A Petrobras também está olhando a produção de fertilizantes e a petroquímica como um grande espaço para ampliar o fornecimento do insumo.

“Uma coisa que eu gostei demais do decreto foi endereçar uma coisa que é cara para todos os países do mundo. Nós não podemos ter um projeto de petróleo com gás associado em alto mar que não enderece a possibilidade de exportação de gás para costa. Então, nesse ponto o decreto está de parabéns.”

PPSA

A eventual entrada da Pré-Sal Petróleo SA (PPSA) no mercado de gás não concorre com a Petrobras, na avaliação da executiva, porque o potencial do mercado é muito grande no Brasil. “Se a gente fosse fornecer todo o gás necessário para fazer todo fertilizante nitrogenado do país, a gente ia precisar de 30 milhões de m³ por dia, o que nós não temos hoje para disponibilizar,” exemplificou a presidente da estatal.

A autorização para uma eventual venda direta pela PPSA de gás natural, Gás Liquefeito de Petróleo (gás de cozinha) e demais líquidos derivados do processamento do gás está prevista em resolução aprovada no início da semana pelo Conselho Nacional de Política Energética – CNPE.

Energia limpa e captura de carbono

Magda Chambriard reforçou a estratégia da empresa em continuar investindo em petróleo e gás, em apresentação no evento promovido pelo Ministério de Minas e Energia, em parceria com Operador Nacional do Sistema Elétrico e Itaipu Binacional. Mas destacou o investimento estratégico em energia renovável, com a ambição de atingir 5 GW em geração solar e eólica onshore até 2030. Em cinco anos, a intenção é investir US$ 5 bilhões nas duas fontes, para no futuro avançar em eólica offshore.

A empresa também aposta em hidrogênio e pretende quadruplicar a produção de bicombustíveis até 2050. E uma outra meta importante é fazer dinheiro com a captura de carbono. Juntos, projeto de captura de CO2 e de energia verde devem somar cerca de US$ 11 bilhões.

“Ano passado capturamos 25% do CO2 capturado no mundo”, acrescentando que a empresa tem potencial e tecnologia para capturar cinco vezes mais do que emite.