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Dados da Agência Internacional de Energias Renováveis (Irena) mostram que a participação feminina em cargos integrais na indústria solar fotovoltaica é de 40%. Embora esse número seja significativamente maior do que a participação das mulheres na indústria eólica (21%) e no setor de petróleo e gás (22%), ainda revela a importância de implementar medidas que incentivem o protagonismo feminino nesse setor em crescimento.

E a busca pela equidade de gênero no setor elétrico, foi um dos temas do encontro realizado pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), na quinta-feira, 29 de agosto, em São Paulo. Na abertura do evento, o presidente do conselho de administração da CCEE, Alexandre Ramos, ressaltou a importância da pauta. “Ao trabalharmos com o tema diversidade e inclusão, pretendemos ser referência em nosso setor, gerar impactos efetivos e positivos na sociedade e assegurar um ambiente mais justo, inclusivo, sem preconceitos e com oportunidades para todas as pessoas prosperarem”, disse.

Já a vice-presidente da CCEE, Gerusa Côrtes, destacou o programa “Mulheres em Fase”, que tem como objetivo ampliar a presença delas em cargos de liderança, e destacou que ele já colhe bons resultados. O programa busca incentivar as mulheres a encontrarem e desenvolverem a sua voz, ou seja, se fortalecerem dentro da organização.

Gerusa destacou que o programa foi criado em 2022, com o objetivo do desenvolvimento das mulheres, fortalecendo a sua autoconfiança para a gestão das suas próprias carreiras. “Uma das premissas que eu acho interessante nas conversas que tive sobre o programa é a gestão da carreira conforme o seu próprio entendimento, porque muitas vezes nós mulheres sofremos aquela pressão de que temos que ser livres, temos que alcançar o topo da carreira, porém nem sempre esse é o desejo de uma mulher, as vezes elas desejam seguir um outro caminho para a sua carreira, não necessariamente um plano em posição de liderança”, disse.

Em 2024, o programa ganhou uma expansão: novas mentoras, incluindo profissionais seniores, especialistas e gestoras para que mais mulheres possam ser atendidas nesta frente. Além disso, a CCEE criou este ano, cinco comitês de diversidade que debatem pautas sobre gênero, raça, LGBTQIAPN+, PCD e geracional, com o objetivo de reforçar e diversidade dentro da organização, além de fomentar essa discussão dentro do setor elétrico.

A executiva citou que a CCEE hoje tem 45% de mulheres no quadro de pessoal e 35% em posição de liderança. “É um número expressivo para as empresas do setor e eu acho muito importante termos esse compromisso de preencher essas posições de liderança com um quadro diverso”, declarou.

Já a diretora da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Agnes Costa, destacou a iniciativa “Sim, elas existem!” que foi criada em 2018 e tem como objetivo propor ações em prol da equidade de gênero no setor de energia para que mais mulheres possam assumir em cargos de liderança.

Agnes também afirmou que a participação dos homens nas instituições ainda é majoritária (79,19%), especialmente nas áreas de grande liderança e operação. “As mulheres seguem em menos percentual, com cerca de 20,81%, com maior atuação nos setores administrativos e de recursos humanos”, ressaltou.

Segundo a diretora da Aneel, a principal barreira identificada para a contratação de mulheres no segmento é a formação técnica. “As instituições identificam um gap de mulheres com formação profissional própria para trabalho em campo e em áreas da engenharia, e, também evidenciam a presença do viés de género como um impeditivo para a contratação de mulheres”, ressaltou.

Ela ainda destacou que as boas práticas implementadas estão: treinamento e cursos para formação de mulheres no setor elétrico com foco na operação de programas de apoio à parentalidade – creches e assistência.

Do lado das empresas, a analista de sustentabilidade empresarial da Cemig, Anne Aline Assis, destacou o programa “Mulheres Empreendedoras” da companhia que tem o objetivo de fazer a diferença na vida delas, especialmente aquelas que são vulneráveis por conta da dependência financeira. Unindo o voluntariado e a diversidade, ele visa o desenvolvimento e aperfeiçoamento de habilidades dos tantos dos voluntários, quanto dessas mulheres.

Segundo a executiva, desde a sua primeira edição, foram contabilizadas 13 turmas com a participação de cerca de 50 voluntários. “A ação já impactou a vida de mais de 300 mulheres em situação de vulnerabilidade”, disse.

Já a gerente de educação corporativa da CPFL Energia, Caroline Benatti, falou um pouco sobre um programa de aceleração de carreira voltada a mulheres para aumentar a representatividade feminina em posições de liderança. De acordo com ela, o programa abriu inscrições para todas as colaboradoras que aspiravam uma cadeira de liderança e considerando um total 3.401 colaboradoras, receberam ao todo 552 inscrições – 16,41% do quadro geral da empresa. Desde o início do programa, mais de 41 % das participantes tiveram alteração de posição.

E a gerente de comunicação e diversidade da GNA, Carla Assemany, mostrou um pouco sobre o programa de qualificação profissional voltado para mulheres, desenvolvido no Porto Açu.

Ainda durante o evento, um outro tema abordado foi a cultura como impulsionadora de um ambiente transformador e trouxe novos cases inspiradores, como o programa transformar, que se tornou uma ação afirmativa de estágio para pessoas negras e/ou com deficiência, apresentada pela coordenadora de atração e seleção da Raízen, Fernanda Torres. Já as iniciativas culturais apresentadas pela diretora de pessoas e finanças da Clarke Energia, Nena Sales, levaram a empresa a atingir o impressionante número de 80% do quadro de colaboradores, integrantes de algum grupo de minorias em pouco mais de um ano.

Para finalizar, as ações desenvolvidas pelo Comitê de D&I da EPE, destacadas pela coordenadora geral do comitê de gênero, raça e diversidade, Maura Xerfan, e iniciativas de diversidade e Inclusão aplicadas na prática, apresentadas pela gerente executiva de pessoas do ONS, Rejane Cristie, também contribuíram para o debate e uma visão a respeito do tema em instituições do setor.