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A oferta de eletricidade renovável e reservas de minério de ferro de alta qualidade posicionam o Brasil como um possível líder global no mercado de ferro e aço verde. Essa análise consta de novo relatório do Global Energy Monitor (GEM), que está disponível para download. Para chegar a esse ponto o Brasil precisa deixar pra trás diversos obstáculos, pois atualmente três quartos da siderurgia do país depende atualmente da capacidade baseada em carvão.

O Fórum Econômico Mundial estima que as emissões da indústria siderúrgica brasileira poderiam aumentar quase um terço até 2050 sem movimentos proativos para impulsionar a demanda e a oferta de ferro e aço verdes. Segundo o relatório da GEM, o país poderia aproveitar seus pontos fortes para embarcar em uma reforma de baixas emissões.

Apesar desse cenário, os recursos de minério de ferro e eletricidade renovável do país oferecem o modelo para descarbonizar a indústria siderúrgica, isso por meio do hidrogênio verde. Contudo, o relatório aponta que o governo deve promulgar políticas ousadas e envolver a cooperação internacional para atingir essa liderança.

O relatório destaca que a produção de H2 Verde demanda grandes quantidades de energia renovável, um setor onde o Brasil já estabeleceu liderança global. De acordo com dados do Global Integrated Power Tracker da GEM, o país ocupa o segundo lugar em operação de energia hidrelétrica e capacidade de bioenergia, sétimo lugar mundial em operação de capacidade eólica em grande escala e nono em operação de capacidade solar em grande escala.

O cenário com essa disponibilidade de recursos favorece, segundo o estudo, que o país desenvolva uma indústria de exportação de ferro verde de valor agregado ao reduzir as emissões de seu setor siderúrgico, apesar da dependência de carvão e gás no setor industrial, juntamente com a influência de lobistas de combustíveis fósseis. Muitos dos métodos tradicionais de descarbonização do setor enfrentem restrições.

As perspectivas para a energia eólica e solar são classificadas como impressionantes. Os dados da GEM mostram que o Brasil tem 180 GW de parques eólicos em grande escala em status anunciado, pré-construção ou construção, colocando o país no terceiro lugar global atrás da China e da Austrália. Os 139 GW de potenciais parques solares em grande escala no Brasil ocupam o segundo lugar em nível mundial, atrás apenas da China.

Na análise da GEM, o Brasil iniciou uma série de ações para expandir a capacidade de hidrogênio verde que poderia impulsionar a produção de ferro reduzido direto (DRI) com menores emissões. O país lançou um programa nacional de hidrogênio em 2021 e, em agosto de 2024, foi a vez da sanção da lei que estabeleceu o marco do H2 verde.

Nesse sentido, diz, o MME estima que o Brasil pode produzir 1,8 gigatoneladas de hidrogênio de baixo carbono anualmente a um custo menor do que qualquer outra nação. O Nordeste é uma região especialmente fértil para o insumo, dado o excepcional potencial eólico e solar.

Além disso, ressalta que o país possui alguns dos minérios de ferro de mais alta qualidade no mundo, com teores variando de 60% a 67%. Segundo o estudo, o minério de alta qualidade é importante para o método de produção de DRI baseado em hidrogênio verde de baixas emissões.

Mas, segundo os cientistas, aproveitar esse vasto potencial pode apresentar o caminho mais promissor do Brasil para a descarbonização do aço, à medida que abordagens mais tradicionais enfrentam limitações. Investimentos recentes nos maiores e mais intensivos fornos a carvão do Brasil provavelmente atrasarão sua desativação, segundo a análise, enquanto o fornecimento limitado e volátil de sucata apresenta um impedimento para o desenvolvimento de fornos a arco elétrico (EAF) de baixas emissões.

Embora várias usinas siderúrgicas brasileiras menores tenham adotado o biocarvão como substituto do carvão em altos-fornos, resultando potencialmente em redução das emissões de gases de efeito estufa, a quantidade de carvão que pode ser substituída é limitada e a substituição parcial do carvão ainda é, em última análise, igual à dependência por esse combustível.