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A Ciclus Ambiental, empresa do grupo Simpar, reduziu a emissão de cerca 650 mil toneladas de CO2 na atmosfera em 2024 com a operação do Centro de Tratamento de Resíduos (CTR Rio), localizado no município de Seropédica, no Rio de janeiro. Operando desde 2012, o aterro sanitário, que é considerado o maior da América do Sul, recebe diariamente 10 mil toneladas de resíduos em um solo impermeabilizado com quatro camadas de proteção, inclusive, com captação para o biogás e que são transformados em Biometano.
Centro de Tratamento de Resíduos (CTR Rio)
Com um sistema de drenagem com mais de 350 poços interligados por tubulações que captam 24 mil metros cúbicos (m³) de biogás por hora, a Ciclus Rio é responsável por 10% da produção de biogás de todo os Brasil. Com percentual de metano superior a 50%, o biogás é extraído por sucção e destinado a diferentes processos. Após passar por um processo térmico em uma planta de geração, uma parcela do biogás é destinado ao consumo da própria empresa, que se tornou autossuficiente em energia. A planta tem capacidade de 2,8 MW, onde 1 MW atende o consumo da companhia e o restante, 1,8 MW, são comercializados no mercado livre. A energia limpa produzida é suficiente para abastecer uma cidade de cerca de 56 mil habitantes.
Central de captação e queima de biogás e geração de energia
O aterro é concebido com drenagens, que são espaços vazios dentro de toda a massa de lixo, facilitando o escoamento do gás e do líquido. Na medida que vão sendo montadas as camadas de lixo, vão sendo erguidos os drenos verticais para facilitar o escoamento do gás para a atmosfera. A captura do gás é feita 2 metros abaixo da cota final de cada célula. “O biogás é composto basicamente por metano e CO2. Os sopradores puxam cerca de até 30 mil (m³) de biogás por hora, que são inseridos nos flares, e sendo queimado acima de mil grau Celsius, é possível destruir praticamente 100% do metano, reduzindo ele à CO2, diminuindo assim os gases de efeito estufa. Num aterro como esse, considerado modelo, é possível extrair em média 60% de todo o biogás”, afirmou Anderson Alves, gerente de Biogás, da Ciclus Rio.
Central de captação e queima de biogás e geração de energia
De acordo com Rafael Silveira, diretor operacional da Ciclus Rio, a média de resíduos recebidos no CTR aumenta a cada ano, e com isso, consequentemente amplia o volume de biogás gerado no aterro. “Já estamos analisando meios de expandir os processos de beneficiamento do biogás, com uma geração ainda maior de biometano e a expansão da planta de geração de energia. Com a instalação de novos motogeradores, previsto para começar a operar em 2025, conseguiremos alcançar a capacidade de 8,4 MW em até cinco anos”, destacou.
Outra parte do volume captado é destinado a uma planta de biometano da Gás Verde, empresa do grupo Urca Energia, onde o biogás passa por um tratamento para aumentar a concentração do metano até o nível determinado pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). O resultado é um combustível 100% renovável, capaz de substituir os combustíveis fósseis, reduzindo as emissões de gases de efeito estufa, e podendo ser utilizado em processos produtivos e no abastecimento de frotas. Nesta planta são produzidos 160 mil m³ de biometano diariamente. A expectativa da empresa é produzir mais de 500 mil m³/dia até 2026.
Com base no modelo do Rio de Janeiro, a Ciclus Ambiental está expandindo sua atuação para Belém (PA). Na cidade, a empresa é responsável pela limpeza urbana, coleta, varredura e separação dos resíduos. Com um contrato de 30 anos com a prefeitura, são recolhidos cerca de 2,5 mil toneladas de lixo por dia. A previsão é que em 2025 a empresa tenha o aterro local licenciado para captura do biogás, com início da produção em 2026.
“Queremos expandir e replicar o modelo bem-sucedido do Rio de Janeiro em outros locais, agregando cada vez mais tecnologia e serviços de excelência ao processo, e ter bons retornos do capital investido. Existem oportunidades promissoras no setor de saneamento, com receitas resilientes e rentabilidade adequada dentro de um contexto regulatório favorável”, apontou o CEO da Ciclus Ambiental, Fernando Quintas.