Olá, esse é um conteúdo exclusivo destinado aos nossos assinantes
Cadastre-se GRATUITAMENTE ou faça seu LOGIN e tenha acesso:
Até 5 conteúdos
fechados por mês
Ficar por dentro dos cursos e
eventos do CanalEnergia
Receber nossas newsletters e
mantenha-se informado
sobre o setor de energia.
Notícias abertas CanalEnergia
ou
Já sou cadastrado,

Nesta sexta-feira, 06 de setembro, a Amcham Brasil divulgou que 86% das empresas brasileiras esperam um aumento na busca por financiamento sustentável nos próximos dois anos. O estudo, que teve a participação de 120 empresas, também prevê um aumento de 190% nos investimentos em projetos sustentáveis, alcançando a cifra de R$ 20,4 bilhões.

De acordo com o CEO da Amcham Brasil, Abrão Neto, a transição para uma economia sustentável exige que as empresas e as instituições financeiras estejam preparadas para mobilizar recursos com agilidade e baixo custo, de forma a impulsionar projetos com impacto ambiental positivo. Ele afirmou durante evento realizado pela Amcham em São Paulo, que o financiamento sustentável estará no cerne das discussões da COP 29, que ocorrerá este ano no Azerbaijão. “A pesquisa sugere que o setor privado brasileiro está se movendo nessa direção”, disse.

Os dados da pesquisa mostram que 57,9% das empresas ainda não utilizam linhas de financiamento voltadas à sustentabilidade. Entre as empresas que já fazem uso dessas linhas, a maior parte é de grande porte – sendo que 63,8% indicaram fazer uso de linhas para financiar projetos sustentáveis. O setor industrial lidera a utilização (45,5%), seguido pelo agronegócio (37,5%) e pelo setor de serviços (26,8%).

“É inegável que nos últimos anos o tema de sustentabilidade ganhou uma outra dimensão, uma proporção muito maior”, ressaltou Neto. Outro ponto relevante da pesquisa é que a maior parte das empresas que implementam projetos de sustentabilidade ainda depende de recursos próprios (28,2%), seguido por financiamentos de bancos e instituições financeiras privadas (23,1%) e títulos de dívida (20,5%). Apenas 15,4% utilizam recursos de bancos públicos, o que revela uma oportunidade para maior utilização dessas linhas no futuro.

Futuro
Apesar do uso ainda restrito, a pesquisa indica que 86% das empresas projetam aumento ou aumento elevado na busca por financiamento sustentável nos próximos dois anos. Apenas 6,9% das empresas acreditam que a demanda permanecerá estável e 3,4% preveem uma redução. “Esse possível aumento na busca por linhas de financiamento para os próximos anos é uma perspectiva muito positiva”, ressaltou o diretor de políticas públicas e relações governamentais da Amcham Brasil, Fabrizio Panzini.

Ele ainda alertou sobre o conhecimento empresarial das linhas de financiamento. “O BNDES e o FINEP são os mais lembrados pelas empresas com 20%, seguido das linhas dos bancos privados com 14,4%. As duas linhas públicas são aquelas que as empresas afirmaram que mais pretendem utilizar nos próximos anos”, explicou o executivo.

Segmento de energia no topo da lista

O estudo da Amcham mostrou que as atividades para as quais há maior busca de financiamento para projetos sustentáveis são os de energia (21,4%), indústria (20%), tratamento de resíduos (15,7%) e agricultura e florestas (14,3%). Para medir o impacto ambiental dos projetos, as principais métricas utilizadas são a redução de emissões (41,9%), a redução no consumo de energia (22,6%) e a compensação de emissões (16,1%).

Obstáculos ao financiamento sustentável

Apesar das perspectivas positivas, a pesquisa identificou alguns gargalos que ainda dificultam a expansão do financiamento sustentável no Brasil. Os principais obstáculos apontados pelas empresas incluem processos burocráticos (26,3%), dificuldade em oferecer garantias (19,3%), desconhecimento sobre as linhas disponíveis (14%) e custos elevados (12,3%).