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A data era novembro de 2019, naquela época o Pátria vendia sua transmissora, a Argo Energia, por R$ 3,5 bilhões para duas outras operadoras do setor que chegavam ao Brasil, a colombiana Grupo Energía de Bogotá e a espanhola Red Eléctrica Internacional, hoje Redeia. Em 2021 fechou a compra da Rialma III e no ano seguinte veio mais um lance, a Argo anunciava a aquisição dos ativos da Brookfield por R$ 4,3 bilhões em valores à época.

Desde então a empresa tem se dedicado à integração dos ativos adquiridos, redesenho de processos. Juan Collado, country manager da Redinter, subsidiária da Redeia no Brasil, diz que esse trabalho continua e que a perspectiva da empresa é de manter a expansão no país. Ele explica que a preferência da companhia se dá, nesse momento, por aquisições no mercado secundário, o mesmo modelo que alçou a companhia de uma transmissora de poucos ativos para uma companhia de grande porte nesse mercado. O  arremate de lotes em leilões como ocorreu em 2016, quando a empresa foi fundada, deve ficar apenas de 2026 para frente.

“A ideia é de fechar esse processo, ser eficiente em nossa operação, para isso estamos pouco a pouco revisando processos, capacitação de pessoal. Em 2023, o primeiro ano da operação completa, o índice de disponibilidade foi de 99,49%”, disse. “O processo de crescimento está em mente sim, mas estamos em fase de consolidação, é um passo a passo”, disse Collado em entrevista à Agência CanalEnergia.

A opção da Argo por não disputar leilões no momento se dá por alguns fatores. Além deste que é a consolidação de ativos adquiridos, outro ponto importante são os riscos de construção. O executivo lembra que há um grande volume de obras em andamento ao mesmo tempo no país. Aliás esse tema já foi alvo de Reportagem Especial. Como há muita demanda e os fabricantes são os mesmos, a cadeia de suprimentos representa um gargalo atualmente.

Tanto que ele relatou que a Argo analisou dois lotes no último leilão de transmissão, mas o fez apenas para avaliar questões internas como se preparar para futuros certames, pontos a serem melhorados no processo da companhia.

“No curto prazo não entraremos, olhamos apenas ativos operacionais, o mercado secundário, não queremos riscos de construção. Isso pode ocorrer apenas no médio prazo, em algum momento vai ocorrer sim, mas não será este ano nem em 2025”, apontou.

No mercado secundário, disse ele, há oportunidades de aquisições diante de tantos projetos em andamento no Brasil, que é o principal país onde a Redeia investe fora da Espanha. Ele classifica o marco jurídico como estável, claro e confiável, o que justifica a opção da companhia, que em seu país de origem é o operador de toda a rede.

E as regiões de interesse são aquelas em que há renováveis e contém sinergias entre os atuais projetos, o Nordeste.

A Argo, disse Collado, tem desenvolvido soluções para mitigar os efeitos climáticos em sua rede. Apesar dessa questão dos incêndios que afetam o Brasil nesse inverno, a companhia não registrou nenhum incidente em seus ativos. Houve problemas com queda de duas torres em eventos separados e em ativos diferentes e que foram reparados de forma rápida pela responsável pela ação que é terceirizada.

Inclusive, essa experiência levou a Argo a adotar a partir de janeiro de 2025 um modelo misto de manutenção das linhas. As subestações e ativos mais complexos ficarão sob responsabilidade direta da empresa, incluindo a operação. Já em linhas de transmissão, a manutenção será feita por terceiros. Porém, em três concessões da Argo a manutenção integral é realizada pela empresa que construiu os ativos que antes pertenciam à Brookfield, e estes farão a transição, a partir de 2027, para este novo modelo híbrido.

(Nota da Redação: Matéria alterada às 17:45 horas do dia 17 de setembro de 2024 para ajuste de texto no último parágrafo)