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Matriz energética adequada, transição energética justa, reestruturação do setor elétrico e mudanças regulatórias foram alguns dos assuntos abordados durante o Engie Day, evento que acontece nesta quarta-feira, 18 de setembro, no Rio de Janeiro. Sobre a modernização do setor elétrico, que conta com tarifas cada vez mais altas, o PL 414 poderia ser uma saída, no entanto, o projeto continua travado no Congresso.

De acordo com Maurício Bahr, CEO da Engie, o senso de urgência precisa ser criado, visto que até o momento não temos um fator externo para alavancar uma iniciativa, como aconteceu em 2001, quando o setor passou por uma reformulação, pois havia uma urgência, o racionamento de energia. “Naquela situação foi preciso criar um ambiente regulatório para atração de investimento. Nesse momento não temos esse fato, não existe a urgência da mudança porque não há falta de energia, ao contrário, está sobrando energia, a questão é que ela está cara”, apontou.

O executivo destacou que os excessos de subsídios estão tornando as tarifas cada vez mais altas. Segundo Bahr, os incentivos foram importantes para diversificar a matriz, mas, agora, precisam ser revistos de acordo com a realidade. “O excesso de incentivos que o país deu para construir energia eólica e solar talvez tenha passado do ponto. Quem sofre mais com isso é o consumidor cativo. O governo não está cedendo subsídios, quem está pagando essa conta é o consumidor cativo, e isso está criando um desequilíbrio tarifário”.

Outro ponto abordado pelo CEO é a evolução da energia abundante que está localizada no Nordeste do Brasil, região carente de desenvolvimento, que ao invés de continuar construindo linhas de transmissão sem limites para trazer energia para o Sudeste, deveriam criar políticas de atração de consumo. “Nesse momento de cargas crescentes na área de processamento de dados, porque não pensar em atrair data centers para aquelas regiões e ajudar no desenvolvimento do Nordeste, reequilibrando a oferta com demanda de energia e fazendo com que isso possa ser uma solução para o local?”.

Apesar da expansão cada vez mais intensa de fontes renováveis, principalmente eólica e solar, o papel das usinas hidrelétricas continua sendo fundamental para a matriz energética, como sua confiabilidade, mesmo diante de todas as mudanças climáticas observadas nos últimos tempos. Para Camila Fernandes, diretora da Associação Brasileira das Empresas Geradoras de Energia Elétrica (Abrage), as UHEs tem recursos controláveis e ajustados, quando outras fontes não são capazes de gerar e produzir energia. “Com a versatilidade operativa que elas tem, é possível prestar serviços diários de armazenamento, de fornecimento, de capacidade de atendimento aos horários de ponta. Essas são características únicas que as UHEs possuem.”

Para André Clark, vice-presidente da Siemens Energy para a América Latina e presidente do Conselho Administrativo da Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base (ABDIB), o Brasil continua expandindo porque tem muita diversidade, no entanto, precisa se adaptar e ter resiliência para desenvolver projetos futuros, baseado em planejamento e expansão adequados. “O Brasil se expande rápido, mas países ricos, como os EUA, se expandem muito mais rápido devido ao seu poder aquisitivo de investimentos. Para trabalhar com estocagem primeiro podemos contar com as UHEs, seguido pelo gás e por último as baterias, campo que ainda não existe regulação, mas possui uma acessibilidade maior e com investimentos mais baixos”, destacou.

Para uma transição energética segura e justa é preciso contar com uma matriz segura e confiável, que seja boa para o meio ambiente, e que os custos sejam acessíveis para a sociedade. Mas é importante destacar que para que ela aconteça, deve ser um trabalho de todas as pessoas e todos os setores.