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A aprovação do marco legal do hidrogênio de baixo carbono foi considerada como relevante e moderna pelo presidente da Associação Brasileira do Hidrogênio, Paulo Emílio de Miranda. Após painel na ROG.E nesta terça-feira, 24 de setembro, Miranda falou ao CanalEnergia que se muitas vezes houve críticas sobre a demora na aprovação, o resultado final foi relevante. “Hoje o Brasil tem uma lei que está a frente do que ocorre em vários outros países”, avalia.

Na avaliação do presidente, a aprovação dos decretos subsequentes não deve se dar de forma açodada. Mas ele vê espaço para a adoção de uma regulação experimental enquanto o processo regulatório caminha . “Isso pode ser uma oportunidade”, avisa.

Miranda também comentou sobre a atual situação das agências reguladoras, em especial a da Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis . Os servidores têm denunciado a falta de pessoal e o desestímulo salarial em comparação com outras carreiras. Dentro do marco aprovado, a ANP será responsável por regular, autorizar e fiscalizar atividades do hidrogênio. Ele reconhece a perspectiva adversa, mas por outro lado elogia o quadro atual da agência, que já vem se preparando para atuar na regulação do novo energético desde antes da aprovação do marco. “A ANP não está esperando, vi uma atuação profissional surpreendente”, aponta.

O uso de cores para o H2 diferentes não foi recomendado por Miranda. Segundo ele, que pede o fim da prática, as cores não especificam vantagens e podem ainda ter alto grau de emissões de gases de efeito estufa. Ele conta que há métodos que produzem um hidrogênio teoricamente limpo, mas que tem altas emissões. “Não adianta dar um nome bonito e dar um monte de CO2 e outros gases equivalentes de efeito estufa”, aponta. Miranda lembra que o H2 deve se chamado de baixo carbono e ter as suas emissões quantificadas no uso.

Mais cedo, em um outro painel na ROG.E que questionava se o H2 era ‘hype’ (exagero de algo por pouco tempo, na linguagem de internet) ou hope (esperança), a expectativa da maioria dos participantes é que em 2030 o Brasil consiga seu primeiro GW do energético. A avaliação é que as condições privilegiadas de renovabilidade que o país tem aliadas aos esforços que vem sendo feitos por todos as camadas de agentes contribuam para fomentar esse mercado e alcançar o número.

Com um projeto de hidrogênio em desenvolvimento com a Total, a Casa dos Ventos aposta na localização do empreendimento no Porto do Pecem, no Ceará, como fator de competitividade. Para José Augusto Gomes Campos, executivo de novos negócios da Casa dos Ventos, a palavra chave para o êxito do energético será colaboração, com cada agente assumindo a sua parte.

Mauro Andrade, Diretor Executivo de Desenvolvimento de Negócios da Prumo, aposta no mercado interno de metanol verde – obtido a partir do H2V – como um bom nicho de negócios. Segundo ele, hoje o Brasil é importador de metanol do Chile produzido a partir de gás natural argentino. Outra aposta do Porto é no hidrogênio pela biomassa.

Em agosto, a Prumo e a Fuella AS assinaram acordo para o primeiro contrato de reserva de área para o hub de hidrogênio de baixo carbono e derivados do complexo portuário. As empresas também assinaram um Memorando de Entendimento para implementar uma planta de amônia verde de até 520 MW, baseada em eletrólise de água. Em junho, já havia sido assinado com a Eletrobras outro MoU para para avaliar a implantação de projetos de baixo carbono no porto, com foco na produção de H2 renovável e derivados.

Ainda de acordo com Andrade, o Porto do Açu hoje se vale de ter uma estrutura pronta. Para ele, não pode haver pudor para a criação de políticas públicas em prol do H2. Ele lembrou que o país já tem experiência em programas que foram considerado exitosos na inserção de energéticos  limpos. “Não pode ter vergonha de falar de política pública. O Brasil já demonstrou ter exemplos na área de renováveis”, aponta.