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O curtailment e o constrained off, que acontecem quando há cortes na produção de energia das eólicas e solares, vieram para ficar no setor elétrico, na avaliação do vice-presidente de Comercialização e Soluções em Energia da Eletrobras, Ítalo Freitas Filho. Em painel na ROG.e, (novo nome da Rio Oil and Gás), realizado nesta quarta-feira, 26 de setembro, o executivo ressaltou que o tempo de construção de uma planta solar ou de uma eólica são muito mais rápidos que o de uma LT, criando uma lacuna que torna esse tipo de evento factível.
“Hoje o constrained off vai ser um tema com foi o GSF e vai impactar na financiabilidade das renováveis”, avisa. De acordo com ele, problemas como esses são típicos de sistemas com renováveis. Para ele, o Operador Nacional do Sistema Elétrico precisa eficientizar a transmissão, de maneira que novas tecnologias inteligentes atuem nesse campo. Ainda segundo Freitas Filho, o custo da variabilidade do setor elétrico começa a aparecer.
O curtailment também foi o tema da fala do CEO da Casa dos Ventos, Mario Araripe. Ele aponta que a aversão ao risco está gerando um custo adicional que agora está sendo repassado aos agentes solares e eólicos. Segundo Araripe, 13% da geração foi desligada. A soma já teria alcançado a marca de 5,1 TWh, o que equivale a uma UHE Itaipu durante um mês.
Para o fundador da Casa dos Ventos, é preciso perceber o exagerado conservadorismo do ONS em relação a transição energética no Nordeste. Após o desligamento do sistema em 15 de agosto do ano passado, o escoamento de energia que era de 15 GW agora está em 8 GW.
Ele alerta que a redução na produção de energia vai levar a uma queda no investimento e a um aumento no spread por conta da imprevisibilidade trazida. A média diária de preço no mês varou em ter R$ 70/ MWh a R$ 320/MWh.
No painel, o diretor da Petrobras Mauricio Tolmasquim salientou que o problema do setor hoje é a demanda, por haver uma sobre oferta de projetos. Para ele, no caso do deslanche do hidrogênio, haveria uma demanda por projetos renováveis. Uma melhora no ambiente econômico também seria outro fator que facilitaria a entrada novos empreendimentos de energia. “Se o Brasil continuar a crescer a demanda também cresce”, observa.