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O Operador Nacional do Sistema Elétrico acredita que a partir do final desta semana, ainda sem data específica, o país deverá ver o aumento dos volumes de geração de energia renovável do Nordeste ao nível próximo do que existia antes de 15 de agosto. Desde aquela época o órgão adotou uma forma de operar o sistema com mais restrição de capacidade de escoamento de energia do NE para o Sudeste e aumentou o requisito de segurança, fato que impulsionou constrained off deste então. Contudo, a perspectiva é de que percentualmente os cortes sejam mantidos porque houve nesse período o aumento da capacidade instalada naquela região.

De acordo com Christiano Vieira da Silva, diretor de Operações do ONS, há uma linha de transmissão que está sendo finalizada no Nordeste e que ajudará a aumentar a capacidade de escoamento das fontes renováveis. Ele comentou após sua participação no VII Forum Cogen de Cogeração e Geração Distribuída, realizado na manhã desta quinta-feira, 26 de setembro, em São Paulo, que é necessário esperar os testes para verificar qual será a capacidade real desse ativo.

“A expectativa de conclusão da obra é final desse mês, começo de outubro. A tendência é que os cortes de geração tendem a diminuir. A nossa expectativa é de que voltem a ter volumes próximos ao que eram praticados antes do evento de 15 de agosto. Mas lembrando que de lá para cá tivemos mais empreendimentos de geração sendo colocados e então continuaremos a ter a condição de corte”, comentou o executivo.

O diretor explicou ainda que ao ter a linha disponível o ONS deverá fazer as simulações e verificações do comportamento do ativo na operação. E outra questão que existe é a restrição local para o escoamento da produção. Por isso, explicou que os volumes dependem ainda da dinâmica da operação do dia. Somente a partir do momento que a linha estiver implementada é que o ONS poderá ter melhor condição de avalia como se dará essa possibilidade e a redução das restrições.

Sobre a nova metodologia aplicada pelo Operador desde semana passada, Silva explicou que anteriormente havia uma restrição concentrada em um gerador e que trazia a necessidade de cortes adicionais. Com o formato atual, a ideia é buscar maior equilíbrio desses cortes porque se havia o desligamento de um geradora surgia a necessidade de cortes adicionais em outras regiões. Agora os desligamentos são de menor montante, mas em um número maior de geradores acaba por trazer um balanço mais racional e a menor necessidade desses reduções adicionais.

O corte é implementado com o objetivo de fortalecer a segurança operativa. Nós identificávamos aqueles geradores que estavam eletricamente mais próximos do fluxo, a ser controlado. E aí se o requisito de corte era, por exemplo, 1.000 MW, então atuávamos em quem estava mais próximo. Quando eu fazia esse porte na sala de controle em tempo real, isso reorientava os fluxos e havia novos pontos de  sobrecarga, que demandava um novo corte para corrigi”, explicou. Agora essa nova metodologia tende a espalhar mais as restrições no final reduzindo volume de cortes.

Térmicas

O executivo defendeu a realização de um leilão anual de potência para que o ONS tenha à disposição os requisitos para trazer equilíbrio ao sistema quando necessário. Contudo, ele não apontou de quanto seria essa demanda anual. Disse que essa é uma atribuição do MME e da EPE, pois o ONS olha mais no curto prazo. E que isso é uma demanda de longo prazo.

Para a operação do ano que vem, caso o período úmido não seja tão bom, o ONS vem trabalhando para apresentar um plano de contingência com diversas ações entre elas admite até mesmo o uso das térmicas merchant, apesar de ter um tratamento diferente. “Claro, a gente sempre faz despacho a partir do mais barato para o recurso mais caro, sendo necessário”, lembrou. “ Havendo o requisito, a necessidade e sendo uma oferta competitiva, isto pode ser utilizado”, finalizou.