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O crescimento e a competitividade do biometano nos últimos anos em detrimento do biogás para geração de energia tem gerado um alerta. Projetos e plantas de geração de grandes players envolvendo o energético estariam perdendo perdendo força e sendo deslocados para o biometano. Na abertura do Fórum do Biogás, nesta quarta-feira, 2 de outubro, a presidente da Associação Brasileira do Biogás, Renata Isfer, destacou ao CanalEnergia essa perspectiva do setor.
“A remuneração é melhor porque a energia elétrica não está precificada adequadamente”, explica. Em sua análise, a geração distribuída com biogás ainda aparece como vantajosa e a participação em leilão se mostra pouco provável.
De acordo com a presidente da associação, há um grande potencial de biogás para geração que seria benéfico ao sistema, mas que não é corretamente avaliado nos leilões de energia. A concorrência com eólicas, solares e térmicas movidas a gás natural não se dá da mesma forma, uma vez que as movidas a biogás têm um preço de partida diferente, o que tira a sua competitividade. “Se a gente conseguir competir com o mesmo preço (do gás natural), a gente consegue ganhar”, calcula.
A entidade pleiteia a igualdade de condições, reforçando vantagens como a despachabilidade e serviços ancilares. Em 2021 foi realizado um leilão de energia que viabilizou uma UTE movida a biogás pela Orizon. Naquele certame, as condições foram consideradas ideais. Mas em seguida, a situação favorável dos reservatórios nos anos seguintes fizeram um contraponto ao preço do gás.
A hibridização de plantas apareceu como uma alternativa para esse dilema biogás e biometano. Esse modelo híbrido está sendo usado em usinas maiores, como as ligadas a aterros sanitários, que estão migrando para o biometano por conta do momento do mercado.
Acordo assinado
Durante a abertura do Fórum do Biogás foi assinado termo de cooperação entre a Abiogás e a Abegás. O objetivo é unir esforços das entidades para promover ações e atividades conjuntas em prol do desenvolvimento e fortalecimento do setor de gás natural, biogás e biometano. Com a assinatura do termo, as associações elaborarão um plano de trabalho para tratar dos temas de mútuo interesse.
Entre esses temas encontra-se a elaboração de uma estratégia para destravar a substituição do diesel por GNV/biometano como combustível para veículos pesados para transporte de cargas e para a mobilidade urbana, como o transporte de passageiros e a coleta de lixo. De acordo com a presidente da associação, Renata Isfer, já havia iniciativas e há muitas pautas comuns entre as associações, como as regulações estaduais. O mapa regulatório lançado pela Abiogás também está no radar para ser ampliado.
Atualmente, o país conta com 1.365 plantas de biogás e oito plantas de biometano autorizadas pela Agência Nacional do Petróleo, resultando em mais de 600 mil m3/dia. Outras 29 plantas estão em processo de autorização, resultando em mais de 1,2 mm3/dia.