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O CEO da Isa Cteep, Rui Chammas, afirmou durante evento realizado na sede da Siemens Brasil, nesta quinta-feira, 3 de outubro, que o Brasil precisa investir muito em infraestrutura para chegar no nível de eletrificação que o país precisa. “Cada vez mais a gente vai ter processos elétricos para substituir e outros que geram impacto. Precisamos garantir que a nova infraestrutura esteja adaptada às questões climáticas, claro, mas também que elas nos permitam maior capacidade de controle e absorver informação. Outro ponto é a internet das coisas, que é um tema que está fora da moda, mas ele é absolutamente essencial e precisa acontecer”, disse.

Segundo Rui, hoje a eletrificação da economia está no centro da estratégia da evolução climática. “A primeira coisa que temos que fazer é adaptar os ativos existentes à mudança climática”, ressaltou. A Isa Cteep contratou uma empresa para mapear cenários possíveis de eventos climáticos existentes no Brasil, no horizonte 30, 40 e 50 anos.  Segundo Chammas, a empresa vem mapeando isso com a infraestrutura que possui. São sete variáveis climáticas que já estão prontas.

Rui afirmou que é importante cuidar bem do passado, adaptar o que já tem e preparar o futuro para um novo movimento de clima e para ter capacidade instalada. Ele ressaltou que  atualmente o sistema elétrico tem o gráfico chamado de curva do pato. “A demanda no dia começa alta, depois a gente tem uma queda por volta das 13 horas, não é que a demanda cai, a demanda na verdade é alta, mas a geração distribuída do sistema está tão intensa que a energia percebida demandada da rede é baixa. E aí temos um pico por volta das 19h30. Esse pico hoje está por volta de 25 GW e é esse número que a gente tem que corrigir naquele momento. A previsão para 2028, se nada for feito, é que esse pico vai para 50 GW”, afirmou o executivo da Isa Cteep.

De acordo com Rui Chammas, é muito difícil subir uma rampa de geração de energia de 50 GW. “Mas imagina se os reservatórios não tiverem água necessária. Então o uso de algumas tecnologias será fundamental. Primeiro o uso mais forte de baterias, que permite a gente ter mais inércia no sistema, para garantir que consigamos uma qualidade de energia para todo mundo”, destacou.

Chammas diz que a tecnologia permitirá controlar cada vez melhor e ver o que acontece em cada parte do sistema, seja geração, transmissão ou distribuição. “A tecnologia vai ser fundamental, ela vai ser crescente, haverá uma necessidade de investimento muito grande e se a gente continuar com esse crescimento de GD tão forte, que ela vai obrigar o sistema a fazer um investimento ainda maior para poder suportar tudo isso”. E mais,  “Com isso, vamos conseguir controlar e fazer o bom uso da geração da energia solar com a governança e tecnologia adequada e fazer o nosso sistema que é super renovável e invejado pelo mundo todo, trazer o melhor resultado para a sociedade como um todo”.