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O temporal com rajadas de vento acima de 100 km/h e fortes chuvas que ocorreu na última sexta-feira (11), em São Paulo, deixou mais de 2,3 milhões de imóveis sem luz, causando transtornos com a queda de árvores, alagamentos, destelhamentos e estruturas como muros. Vários municípios da região metropolitana foram afetados, em especial a Zona Sul da capital paulista. Ainda na tarde desta segunda-feira, 14 de outubro, mais de 400 mil pontos ainda seguiam sem energia elétrica.

No CanalEnergia Live de hoje, a meteorologista da Climatempo, Isabella Talamoni, reforçou que a previsão do tempo na semana passada indicava a incidência de tempestades com grande volume de chuvas, raios e principalmente fortes rajadas de vento. Mas pondera sobre uma complexidade na previsão quanto a área que efetivamente terá os ventos mais intensos.

“Os riscos são indicados de uma forma mais macrorregional, sendo mais difícil a análise pela complexidade de microclima, sobretudo pela interação das condições atmosféricas com o concreto que reveste a maior parte da cidade”, pontua a especialista.

Ela explicou o fenômeno como a passagem de um aglomerado de nuvens do tipo Cumulonimbus sobre a região, além de um ciclone que estava se formando no oceano, com um cavado bem profundo em médios e altos níveis atmosféricos. Tudo convergindo para aumentar a área de instabilidade, numa chuva rápida mas com alto poder destrutivo.

Isabella lembra que a primavera é marcada por ser um período de transição do período mais seco para o úmido em grande parte do país, sendo um cenário mais propício para formação de tempestades localizadas.

Pensando nos próximos dias, a meteorologista afirma que a semana começa nublada, mas sem chuva. E que novos pontos de instabilidade podem surgir a partir da próxima sexta-feira, 18, associadas as circulações atmosféricas que ajudam a aumentar as escalas dos eventos. “Existe potencial de novo para esses temporais, o que vai se tornando mais frequente na primavera”, conclui.

Região metropolitana sofre com temporal: consumidores estão sem energia elétrica desde a última sexta-feira (Paulo Pinto/Agência Brasil)

Enel teve 17 linhas de alta tensão e 11 subestações desligadas

Em nota à imprensa, a Enel Distribuição São Paulo informou que recebeu o reforço de equipes de outros grupos de distribuição de energia, como Light, Neoenergia e EDP. A Enel também mobilizou profissionais de suas empresas do Chile, Itália, Espanha e Argentina, além de equipes do Rio de Janeiro e Ceará, que chegaram no final de semana. Com esse incremento, o número de profissionais em campo chegará a 2,9 mil técnicos.

Além dos impactos nas redes de baixa tensão, 17 linhas de alta tensão e 11 subestações foram desligadas durante a forte chuva. Os danos na rede de alta tensão foram solucionados ainda no sábado. Na baixa e na média tensão, os impactos foram severos e dispersos pela área de concessão, envolvendo a troca de quilômetros de cabos, postes, entre outros equipamentos.

Até esta tarde 283 mil casas seguem sem luz na capital, especialmente nos bairros Jabaquara, Santo Amaro, Pedreira e Campo Limpo. Entre os municípios, Cotia tem 31 mil clientes impactados e Taboão da Serra, 32 mil. Em acordo feito com a Aneel, a empresa cumprirá o prazo de três dias para restabelecer totalmente o fornecimento de energia a todos os clientes.

Para atender casos críticos, a companhia disponibilizou 500 geradores (40 de grande porte) para serviços essenciais, como hospitais, e clientes que dependem de eletricidade para manutenção de equipamentos hospitalares.

Entre outras informações, a Enel destacou que está investindo cerca de R$ 6,2 bilhões em São Paulo até 2026, sendo R$ 20 bilhões em todo país. Dentro do plano constam o fortalecimento e modernização das redes, automação dos sistemas, ampliação da capacidade dos canais de comunicação com os clientes e a contratação de funcionários próprios para atuar em campo. Até março de 2025, a previsão da empresa é contratar um total de 1,2 mil eletricistas próprios.

Enel tem prazo de três dias para restabelecer o fornecimento de energia elétrica para 400 mil imóveis (Enel Distribuição São Paulo)

Distribuidoras terão que apresentar plano detalhado ao Procon-SP

Outro plano que a Enel terá de apresentar será sobre o enfrentamento de eventos climáticos severos. A empresa terá prazo de 48 horas para apresentar sua manifestação ao Procon-SP, considerando a gravidade das consequências e que há quase um ano, em novembro de 2023, a companhia foi multada exatamente pelo mesmo problema. Outras distribuidoras que atuam no estado também deverão apresentar, de forma clara, detalhada e objetiva, seus planos de atuação em resposta a situações de emergência climática.

O órgão poderá ainda requisitar outros documentos, convocar reuniões presenciais e iniciar procedimentos fiscalizatórios para tratar a ocorrência. O objetivo é garantir informações em detalhes sobre os motivos da demora no restabelecimento do serviço para consumidores.

A representação de defesa do consumidor quer saber como está sendo feito o atendimento ao consumidor e ao eventual aumento pontual das demandas de consumidores; quais os eventos que geraram as interrupções e as medidas adotadas para reparos necessários à retomada da distribuição dentro do prazo regulamentar; qual a estrutura de pessoal de prontidão para atuar em emergências, considerando que os eventos climáticos extremos tinham sido alertados pelos serviços de meteorologia há alguns dias.

O Procon-SP também informou que acompanha os impactos em hospitais e em instalações médicas e de saúde, incluindo residências nas quais há equipamentos de suporte à vida. A orientação é que os clientes lesados registrem os prejuízos causados pela falta de eletricidade e formalizem suas reclamações.

Inclusive o atendimento presencial está sendo ampliado devido a este caso. No posto localizado na nova sede do órgão, na Liberdade, e nas delegacias conveniadas, não será preciso agendar a visita para registrar uma reclamação relacionada à falta de energia elétrica, ou sobre danos em equipamentos eletroeletrônicos.