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As emissões de dióxido de carbono relacionadas à energia devem alcançar seu pico em 2024, segundo projeção do Energy Transition Outlook da DNV. Por outro lado, pela primeira vez desde a revolução industrial, esses impactos na atmosfera entrarão em uma fase prolongada de declínio, com redução pela metade até 2050. No entanto, a publicação aponta que o movimento ainda será insuficiente para cumprir as metas do Acordo de Paris.

Esse pico nas emissões, provenientes da queima de carvão, petróleo e gás, é em grande parte atribuído à queda nos custos da energia solar e das baterias, que estão acelerando a saída do carvão do mix energético e desacelerando o crescimento do petróleo. O desafio agora recai na velocidade com que os lançamentos de CO2 irão diminuir. No Brasil, as térmicas a carvão respondem por 32% das emissões no setor elétrico.

As instalações fotovoltaicas aumentaram 80% no ano passado, tornando o recurso carbonífero menos competitivo em muitas regiões. Ao mesmo tempo, os sistemas de armazenamento, cujos preços caíram 14% no último ano, estão tornando a energia solar disponível 24 horas por dia e facilitando a adoção dos veículos elétricos.

Já a demanda por petróleo, por sua vez, foi moderada por um crescimento de 50% nas vendas de veículos elétricos. Na China, essas tendências foram especialmente marcantes, com o pico de consumo de gasolina já superado. O país também foi responsável por 58% das novas instalações solares globais e 63% das vendas de veículos elétricos no ano passado.

Preço global para o carbono

Embora continue a ser o maior consumidor de carvão e o maior emissor de CO2, a dependência de combustíveis fósseis do gigante asiático deve diminuir rapidamente à medida que se acelera a implantação das fontes renováveis. Apesar disso, a DNV reforça que as tarifas internacionais aumentam os custos de suas exportações de tecnologia verde em alguns mercados.

Enquanto os painéis solares e as baterias têm tido um sucesso considerável, outros setores mais difíceis de descarbonizar estão avançando mais lentamente. A pesquisa revisou para baixo suas previsões de longo prazo para o hidrogênio e seus derivados, de 5% para 4% da demanda energética final em 2050.

Além disso, mesmo que as previsões para a captura e armazenamento de carbono (CCS) tenham sido elevadas, apenas 2% das emissões globais serão capturadas por essas tecnologias até 2040, e 6% até 2050. A conclusão é de que mm preço global para o carbono poderia acelerar a adoção dessas soluções.

A energia eólica continua sendo um pilar importante da transição, com uma contribuição prevista de 28% para a produção de eletricidade até 2050. Por sua vez, a offshore deve crescer a uma taxa anual de 12%, apesar das dificuldades que atualmente freiam o desenvolvimento do setor. No Brasil, o potencial estimado para os aerogeradores no mar é de 1,2 TW.

Apesar desses desafios, o pico das emissões é um sinal claro de que a transição energética está em andamento na visão da consultoria. O mix energético global, atualmente composto por 80% de combustíveis fósseis, deverá se equilibrar entre fontes fósseis e não fósseis até 2050. Ao mesmo tempo, o consumo de eletricidade dobrará, resultando em um aumento de apenas 10% na demanda total de energia.

O estudo também reforça o atual descompasso entre as prioridades geopolíticas e econômicas de curto prazo e a urgência de acelerar a transição energética entre diferentes regiões e realidades. No entanto, existe um dividendo verde convincente que deveria encorajar os formuladores de políticas a intensificarem os esforços em tecnologias renováveis, ao mesmo tempo em que enfrentam com determinação os setores mais difíceis de eletrificar.

Por fim, a pesquisa da DNV também analisou o impacto da inteligência artificial na transição energética, prevendo efeitos profundos em muitos aspectos do sistema energético, incluindo a transmissão e distribuição de eletricidade. Embora os dados ainda sejam limitados, não foi identificado que a pegada energética da IA altere a trajetória geral da transição, devendo representar cerca de 2% da demanda por energia elétrica até 2050.