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O governo brasileiro anunciou o lançamento da nova Plataforma de Investimentos em Transformação Climática e Ecológica do Brasil (BIP), durante evento em Washington (EUA) nesta quarta-feira, 23 de outubro. A iniciativa tem como objetivo expandir os investimentos de transição em setores estratégicos, em apoio ao Plano de Transformação Ecológica coordenado pelo Ministério da Fazenda.

A BIP terá foco inicial em soluções baseadas na natureza e bioeconomia, indústria e mobilidade e energia. No caso do setor energético, a atuação vai se concentrar em soluções de energia solar off-grid para sistemas isolados, redes inteligentes, energia eólica offshore, combustíveis sustentáveis, bioinsumos agrícolas, hidrogênio de baixo carbono, eficiência energética e minerais críticos. Vários desses temas são transversais às outras áreas.

A plataforma identificou e incluiu projetos-piloto para testar os critérios de seleção do pipeline, o modelo operacional e os fóruns de tomada de decisão. Eles somam US$ 10,8 bilhões em investimentos.

Entre os projetos estão a planta de hidrogênio verde da Fortescue, de US$ 3,5 bilhões; e a proposta de produção anual de 1 bilhão de litros de diesel verde e de combustível sustentável de aviação a partir da macaúba, da Acelen Renewables, de US$ 3 bilhões.

A lista tem ainda:
– Projeto Corredores para a Vida, liderado pela Ambipar Environment e pelo IPÊ, que busca US$ 95 milhões para restaurar um dos maiores corredores ecológicos do Brasil na Mata Atlântica, com o objetivo de reconectar áreas fragmentadas em até 6 mil hectares de terras degradadas até 2040;
– Projeto de US$1,15 bilhão da Atlas Agro para a construção da primeira planta de fertilizantes verdes em escala industrial no Brasil;
– Proposta da Biomas de restauração de 14 mil hectares de vegetação na Amazônia e na Mata Atlântica, ao custo de US$ 150 milhões ;
– Projeto Caldeira da Meteoric Resources, que pretende arrecadar US$ 425 milhões para financiar o desenvolvimento de métodos de extração de baixa emissão para elementos de terras raras;
– Proposta da Vale de aproximadamente US$2,5 bilhões. A empresa busca parceiros para instalação de polos industriais de produção de hidrogênio verde e ferro briquetado a quente (HBI), visando à descarbonização da indústria siderúrgica.
Parcerias

O BIP vai mapear e priorizar projetos alinhados com os planos do governo para que eles possam ganhar escala, em parceria com iniciativas setoriais como o Programa Acelerador de Transição Industrial (ITA) Brasil, o Hub de Descarbonização Industrial, o Hub de Hidrogênio e o Laboratório de Investimentos da Natureza do Brasil.

Pretende reunir, para isso, uma comunidade global de investidores e financiadores dos setores público e privado, instituições financeiras de desenvolvimento e fundos multilaterais de clima para expandir as opções de capital doméstico e internacional disponível para projetos prioritários. E desenvolver potenciais mecanismos de financiamento.

A ideia é avançar nas prioridades de desenvolvimento e financiamento climático do Brasil em suas presidências do G20 e da COP30, que acontece no ano que vem, em Belém (PA).

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que a BIP é resultado de um ano e meio de iniciativas da pasta que permitiram um novo horizonte para a agenda climática do Brasil. “É, portanto, a conclusão de um processo de estruturação de nossos marcos regulatórios e financeiros para investimentos verdes. Da mesma forma, é o início de outro processo, de uma nova onda de investimentos,” afirmou durante a cerimônia de lançamento.

Já o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, disse que a plataforma “será um divisor de águas na atração de investimentos para energia limpa no Brasil”, porque está alinhada com as politicas de transição energética justa e inclusiva e com a pauta do GT Transições Energéticas do G20.

Gestão

A plataforma tem um comitê gestor que vai liderar as decisões estratégicas e o plano de trabalho. Ele será coordenado pela Fazenda e integrado pelos ministérios de Meio Ambiente e Mudança do Clima, de Minas e Energia e de Desenvolvimento, Industria e Comércio.

O BNDES será responsável pelo Secretariado, que terá o papel de definir e conduzir o plano de trabalho da plataforma, fornecer suporte administrativo e de gerenciamento de projetos, bem como gerenciar o relacionamento com instituições financeiras e outras partes interessadas. A iniciativa tem ainda com parceiros a Bloomberg Philanthropiese a Aliança Financeira de Glasgow para o Net Zero (GFANZ) e o Fundo Verde para o Clima (GCF).