A amônia e o hidrogênio verde vêm se tornando protagonistas como fontes que podem ganhar escala e atender indústrias que tem processos mais difíceis de passar pela transição energética. “O hidrogênio começou aqui no Brasil incentivado pela Alemanha, porém depois de muita discussão já observamos o nascimento do mercado nacional”, disse a diretora executiva da ABIHV, Fernanda Delgado, durante sua participação nesta quarta-feira, 23 de outubro, no Energy Solutions Show, realizado em São Paulo.

Projeções da ABIHV indicam que o Brasil poderá ter 4% do mercado mundial de H2V até 2050 e isso poderia somar R$ 7 trilhões ao PIB do país e gerar um superávit fiscal de R$ 693 bilhões. De acordo com Fernanda, o hidrogênio faz parte de um portifólio de soluções e medidas de eficiência energética. “Precisamos trabalhar com esse portifólio e fazermos uma revolução verde, mas não com números vermelhos”, disse.

Um outro ponto destacado durante esse painel é com relação a estratégia de descarbonização, onde a indústria de fertilizantes tem se apoiado no uso de amônia renovável como fonte propulsora para a redução de emissões de gases poluentes em suas operações. Para o diretor de hidrogênio da ABRAPCH, Fábio Saldanha, o Brasil tem várias possibilidades de aplicações do H2V.

Ele alertou que é muito importante a viabilização de trazer as PCHs para essa discussão, pois para produzir H2V, a usina é equivale a uma refinaria hidrelétrica, eólica e etc. “As hidrelétricas são a grande parte da nossa matriz e os que mais sofrem com os processos de licenciamento”, disse. o executivo também destacou que as hidrelétricas estão espalhadas pelo Brasil inteiro e estão muito próximas aos centros de consumo de fertilizantes e são a base de produção de hidrogênio.

Além de todo esse cenário voltado ao H2V, o executivo vê os empreendimentos de PCHs como uma alternativa de autoprodução. “Isso vai onerando a conta do consumidor e na medida que você possibilita a autoprodução vai reduzir o custo do consumidor e conseguimos viabilizar esses empreendimentos”, ressaltou.