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Com as usinas de Angra 1 (RJ – 640 MW) e 2 (1.405 MW) em operação e Angra 3 com a expectativa de ter seu canteiro retomado, o presidente da Eletronuclear, Raul Lycurgo, vê a necessidade de mudanças na legislação atual para que seja possível cumprir a indicação do Plano Decenal de Energia 2034, que prevê ainda mais uma térmica nuclear de 1 GW. De acordo com ele, o retrofit de Angra 1 e a conclusão de Angra 3 demandarão um fôlego financeiro que impossibilitará a estatal de atuar em mais frentes.

“A Eletronuclear sozinha não vai dar conta de fazer isso. A envergadura financeira vai estar tomada. Vamos ter que passar por um novo marco regulatório”, avisa.

No Brasil, térmicas nucleares só podem ser construídas e operadas pelo poder estatal, no caso, a Eletronuclear. A geradora fazia parte do Grupo Eletrobras, mas por conta da privatização, foi cindida e ficou sob o guarda-chuva da ENBPar, que também abriga Itaipu Binacional. Com isso, não há mais a presença do sócio majoritário como garantidor de operações de financiamento.

A extensão da vida útil de Angra 1 vai demandar R$ 3,2 bilhões em investimentos, enquanto em Angra 3 serão outros R$ 23 bilhões. Segundo Lycurgo, essas mudanças nas regras, com maior participação da iniciativa privada, já estariam se desenhando no mundo. Países como Suécia, Índia e Itália vem sinalizando a implantação de um alto número de gigawatts nucleares com investimento privados.

“Não podemos esperar demais. Para cumprir o PDE 2034 e o PNE 2050, vamos precisar de um novo marco legal para novas usinas”, aponta. Lycurgo conta que a companhia vem tendo conversas e troca de informações com outras empresas sobre o tema.

A entrada da iniciativa privada na fonte nuclear é um desejo antigo de muitos agentes. Em outros países isso já acontece. O assunto chegou a ser ventilado quando o canteiro de Angra 3 foi paralisado, em 2015. A russa Rosatom, uma das maiores operadoras do mundo de térmicas nucleares, veio para o Brasil e chegou a alimentar essa expectativa, mas tem se dedicado a cooperação com agentes e a área de radioisótopos.

*O repórter viajou a convite da Eletronuclear

Angra 3: luz ao final do túnel e com data marcada em 2031