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A Auren Energia acredita em uma redução expressiva dos volumes de cortes de energia que serão verificados no último trimestre do ano. Um dos motivos é a natural redução da Safra dos Ventos, que sempre chega a seu final nos últimos meses do ano. E ainda, a nova metodologia do Operador Nacional do Sistema Elétrico que ampliou as áreas de cortes, aumentando o rateio de curtailment para mais geradores, mas com menor participação desses. Em paralelo está ainda a retomada dos níveis de exportação pré-15 de agosto de 2023, quando uma ocorrência levou à operação mais conservadora do SIN.
“O curtailment foi eleito o tema do setor como um todo e não podemos falar dos números da AES Brasil, mas é bom ressaltar que no release de resultados deles vimos que o Complexo Cajuína foi o mais impactado. A empresa comenta que antes de 17 de setembro era de 53% o nível de corte, depois desse dia, com a ampliação de clusters o indicador caiu para 4,4%. É importante essa medida do ONS com essa nova regra e as novas linhas de transmissão, que entraram em operação, eram o maior gargalo de fato”, comentou O CEO da Auren, Fábio Zanfelice.
No caso da Auren, a geração potencial teria sido acima do P90, mas com as restrições ficou abaixo do P50 com 649 MW médios. Mas ainda assim, lembrou que a média ficou 1,6% abaixo do esperado ante um índice médio do SIN de 13%. Mesmo com esse cenário menos pressionado para os geradores, na visão de Zanfelice, ele defende que o ressarcimento seja efetuado conforme a origem do problema, que em sua maioria se dá justamente por restrições de transmissão e consequente confiabilidade do SIN depois do episódio de agosto do ano passado.
“Estamos avaliando [a questão do ressarcimento] mas seria justo ter parte do valor por ser restrição e está claro que houve atraso na transmissão, era um fator que geradores não tinham gerenciamento sobre o tema. Então é justo e deveria ser reavaliado”, defendeu. “Temos essa discussão agora até maio ou junho do ano que vem quando voltam os ventos fortes. Todo o setor está pensando sobre o assunto e há espaço para minimizar o corte e que não seja tão profundo”, acrescentou.
Preços
Em seu balanço, a Auren reportou uma oportunidade de preços baixos para aumentar os recursos a serem comercializados. Foram 100 MW médios a cerca de R$ 100 o MWh que foram negociados por um valor 60% mais elevado. O executivo disse que essa estratégia foi pontual para aproveitar a janela de preços que eles viam que não seria duradoura.
Aliás, disse que essa deve ser a tendência dos próximos anos apesar de ver um recuo dos valores agora que o período úmido aparentemente está instalado. Ele lembra que dificilmente vemos chuvas no início de outubro no país e isso aconteceu. Assim, a expectativa de valores para a energia é de queda. Essa retração, contudo, não se dá pela sobreoferta estrutural que existe atualmente.
Com o preço no modelo horário e o avanço de intermitentes os valores oscilam no intraday, diferentemente de quando a formação de preços dava-se em base semanal. E dentro da operação diária do sistema, explicou ele, toda vez que há algum problema de otimização por conta de restrições, os custos ficam mais altos.
“Não significa que o setor está muito mais complexo do que é, mas isso é mais a representação do setor dando o sinal de preço correto, isso otimiza a expansão e a operação do setor. Já falamos disso no passado do ponto de vista do preço, e mesmo com sobreoferta, essa é a nova tônica do mercado”, pontuou Zanfelice na teleconferência de resultados do 3º trimestre da Auren Energia.
Para ele, a tendência agora é de que os preços estejam em uma faixa de convergência média ao invés dos extremos. E isso é importante porque no patamar mais baixo ou no mais alto não há volatilidade, a matería prima da comercialização.
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