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O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) e a Empresa de Pesquisa Energética (EPE) recomendaram que seja iniciado o processo de outorga de três novos compensadores síncronos na área de Minas Gerais e numa faixa de operação de -200/+300 Mvar. O estudo colaborativo entre as entidades aponta para um equipamento alocado na subestação 500 kV Paracatu 4 e dois na SE 500 kV Nova Ponte 3. O objetivo é garantir um desempenho elétrico seguro e eficiente.
As análises consideraram diversos aspectos críticos, incluindo controle e estabilidade de tensão, estabilidade eletromecânica, além de outros parâmetros importantes para a segurança e robustez do Sistema Interligado Nacional (SIN). Também foram levadas em conta as atualizações dos cronogramas de obras, cenários eletroenergéticos e previsões de carga e geração distribuída (MMGD).
A conclusão desse último trabalho foi comentada no último painel do Brazil Winpower 2024, no final de outubro, em São Paulo, em uma fala do diretor de planejamento do ONS, Alexandre Zucarato. O tema central em discussão eram os desafios de empresas geradoras de energia para se adaptarem a nova validação de modelos matemáticos referentes às respostas das usinas ao SIN em casos de contingência.
Desde o PAR/PEL 2019 observa-se um crescimento acentuado na oferta de projetos de geração no mercado livre, a partir da formalização de inúmeros pedidos de solicitações de Informação de Acesso e/ou de Solicitação de Acesso para usinas solares. O montante previsto pode chegar a valores da ordem de 20 GW até o fim de 2029, volume consideravelmente superior ao vislumbrado pelo planejamento no médio e longo prazo.
Na pesquisa em questão, a compensação via manobras de reatores e capacitores foi descartada, pois sua resposta não se mostrou adequada para as demandas dinâmicas do sistema, o que inviabilizou sua inclusão na comparação técnico-econômica. Já no caso da solução referencial, de compensação reativa variável de resposta rápida, o investimento previsto é de R$ 790 milhões.
Entre os principais benefícios dos compensadores se destacam a agregação de inércia ao sistema e o aumento dos níveis de curto-circuito locais. Na análise do relatório, esses trunfos ficam ainda mais importantes considerando a expressiva presença da geração fotovoltaica conectada por inversores no Norte de MG. A publicação também salienta que as implementações podem não representar um aumento imediato dos limites das interligações. No entanto, espera-se um reforço significativo na segurança do sistema, especialmente em situações de contingências críticas e de máxima exploração da rede inter-regional.
Outra recomendação dos agentes é que seja realizado, de forma contínua, o diagnóstico da malha transmissão, com acompanhamento da evolução dos cenários de sobretensão e subtensão locais, de modo a dotar a rede dos recursos necessários para a operação segura.
Vale frisar que o estudo em questão utilizou um cenário padrão com os fluxos reduzidos em todas as interligações, visando minimizar o fluxo de potência ativa na Rede Básica contribuindo para a elevação do perfil de tensão. Com esse cenário, o subsistema Sudeste/Centro-Oeste é praticamente autossuficiente no atendimento às cargas e os fluxos nas linhas de 500 kV de MG são bastante reduzidos, em torno de no máximo 10% das suas capacidades nominais.