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O Grupo Fleury, especializado em serviços médicos e medicina diagnóstica, atualizou seus planos envolvendo a origem e utilização da energia elétrica em suas operações. Em entrevista ao CanalEnergia, o diretor de Expansão, Engenharia Clínica e Facilities da empresa, Clóvis Porto, destacou que o foco é avançar com os estudos de viabilidade para novos projetos de usinas compartilhadas via consórcios, painéis fotovoltaicos em telhados e mais migrações ao mercado livre.

“Neste ano estamos migrando mais de 20 unidades para o mercado livre e seguimos sempre de olho em outras oportunidades”, disse o executivo. Atualmente pouco mais de 90% de toda eletricidade consumida no grupo (60 GWh por ano) vem de fontes renováveis, com o restante ainda alocada no mercado cativo das distribuidoras.

Segundo Porto, essa jornada é baseada em dois pilares: os preceitos ESG, e é claro, a questão financeira, por conta dos altos preços do MWh. O começo veio pelo ambiente de livre contratação, migrando os maiores demandantes para depois buscar outros modais como a Geração Distribuída, já que existiam algumas restrições relacionada à capacidade de consumo de algumas unidades. “A gente sempre decide por um projeto não olhando só a parte de redução de custo, mas também a ambiental”, pontua o dirigente.

Em 2019 o grupo contratou cinco projetos de usinas solares, duas em São Paulo com a Voltx, e três no Rio de Janeiro, sendo uma com a Solarian e as outras com a Faro Energy. Todos os ativos possuem 1 MWp de potência instalada, e a expectativa é que a operação conjunta produza 12,3 GWh, sendo 7,1 GWh no RJ, absorvidos por 7 mil painéis, e 5,2 GWh em SP, com 5,4 mil módulos.

Grupo Fleury possui contratos com 5 usinas e espera alcançar 100% do consumo via fontes de energia renováveis no ano que vem (Shutterstock)

Com isso, as UFVs representarão 17% do consumo elétrico da companhia. Já em termos financeiros, a oportunidade é de reduzir pelo menos 20% dos custos, influindo em cerca de R$ 2,66 milhões por ano. A economia média obtida em relação ao mercado regulado é de 25% de acordo com Porto, com a conta variando muito de um ano para outro em função dos níveis dos reservatórios e variações pautadas nas bandeiras tarifárias.

“Considerando um ano em que a gente tem uma distribuição de bandeiras equilibrada, nossa matriz varia de 20% a 28% de redução de custo comparativamente”, relata o diretor.

Parcerias

O executivo também ressaltou que a diversificação da matriz energética da companhia sempre foi pautada na busca parceiros que tivessem valores, missões e visões semelhantes ao do grupo. No caso, os desenvolvedores citados acima fazem toda a construção das usinas e a Fleury tem o compromisso de comprar essa energia por um prazo pré-determinado, lastreado no custo da energia cativa, menos um percentual de desconto, que é para ele amortizar o aporte. “Também temos visto I-RECs no mercado livre e parcerias com usinas de biomassa e biogás”, acrescenta.

Quanto a gestão da energia, a parceria acontece com a Engie, que ajuda a buscar novos projetos no mercado, fazer implantação e também adaptar as migrações ao mercado livre. No vídeo abaixo, que encerra essa reportagem, o diretor Clóvis Porto comenta sobre esse ponto nevrálgico, e como a empresa tem de lidar com mais complexidades e toda relação entre diferentes agentes para otimizar as unidades do grupo que precisam processar exames laboratoriais e de imagem, os quais demandam uma quantidade significativa de energia, além da parte de climatização.