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O avanço do Brasil rumo a uma economia verde, ou de baixo carbono, pode ajudar o país a mudar uma triste realidade que é a pobreza energética. De acordo com uma pesquisa da consultoria PwC, 46% das famílias gastam metade da renda em energia, forçando escolhas entre necessidades básicas e eletricidade. Mas a busca por energia sustentável e equidade social em nível global mostra um momento favorável para a trajetória da economia brasileira que pode apresentar em um mesmo ambiente  a interseção entre sustentabilidade, crescimento econômico e justiça social.

Essa é a principal conclusão da pesquisa intitulada Evolução Energética do Brasil: da pobreza aos empregos verdes, que trata sobre a busca por energia sustentável e equidade social. Segundo a consultoria, é necessário acelerar o processo por aqui se quisermos aproveitar essa janela. Isso se deve pelo fato de que essa é uma busca global, os países estão disputando os recursos.

Para Adriano Correia, sócio líder de Energia e Serviços de Utilidade Pública da PwC, o que falta ao país é uma orquestração das mobilizações e ações voltadas a aproveitar essas oportunidades. Ele cita os projetos da Pauta Verde como medidas importantes que estimulam esse caminho “para que a engrenagem dessa cadeia toda rode de maneira adequada e na velocidade necessária”, destaca.

Ele lembra que o país possui a matriz elétrica altamente limpa. Mas que quando se analisa a matriz energética, que apesar de estar acima da média global ainda é de 50% de renovabilidade, aí é que existem as oportunidade para a descarbonização e avanço da indústria verde.

Adriano Correia, da PwC, diz que Brasil precisa acelerar, se demorar muito país pode não aproveitar oportunidade de desenvolvimento. (Foto: divulgação)

E aponta outro problema crônico. “Embora haja essa posição sólida do Brasil em fontes renováveis, ainda temos uma grande parte da população que não se beneficia dessa riqueza, seja porque boa parte da renda está comprometida com os custos altos da tarifa que tem alto peso termos de subsídios e tributos e pesam mais proporcionalmente”, pontua. “Precisamos de mecanismos para equilibrar de melhor forma e fazer a riqueza chegar à população. E se pensarmos na taxação do carbono, isso tende a impactar as famílias mais pobres”, acrescenta.

Uma das formas de estimular essa integração da população de forma mais equânime está no incentivo aos chamados ‘empregos verdes’. A PwC estima que o país tenha até 4,8 milhões de empregos verdes, representando 12% do total de empregos formais. Esses setores, diz a consultoria, não apenas oferecem perspectivas de crescimento econômico, mas também são cruciais para uma transição sustentável.

“Esse é um dos caminhos, estimular cada vez mais os empregos criados nos últimos anos que priorize a formação de pessoas que são as mais impactadas pela transição para que assumam essas vagas e se beneficiem dessa criação de vagas. Temos um contingente grande de pessoas que ficaram para trás no processo”.

O executivo avalia que a questão de inclusão é de uma complexidade grande em decorrência da carência grande de criação de empregos e de outras coisas como infraestrutura básica e educação no país. Então o desafio consiste em oferecer o atendimento a essas necessidades básicas e ao mesmo tempo estimular o uso de novas tecnologias, geralmente mais caras, para acelerar o processo de inserção de pessoas.

Esses empregos estão relacionados a toda a cadeia de desenvolvimento, construção e operação de dessas tecnologias verdes. Estão em atividades ligadas à sustentabilidade, administração e gestão de emissões, análise de dados para publicação de relatórios de sustentabilidade, entre uma série de outras posições. Ele comenta que hoje essa não é a realidade por aqui, mas devem crescer no país com perspectivas de expansão.

Para Correia, a forma de chegar a esse objetivo passa pela colaboração entre todas as partes e assim levar o Brasil a surfar nessa onda de expansão e de investimentos com o destaque que pode ter. “Se demorar muito talvez não consigamos aproveitar as oportunidades que estão batendo à porta”, avisa.