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A Eletrobras registrou aumento expressivo no lucro do terceiro trimestre de 2024. O resultado líquido societário chegou a R$ 7,2 bilhões no terceiro trimestre, aumento de quase 4 vezes ante igual período do ano passado. Esse comportamento deve-se ao aumento do Ebitda do período que apresentou elevação de 164,1% na base ajustada. Essa elevação, destaca a empresa, deve-se ao efeito positivo da Remensuração Regulatória dos contratos de transmissão, na ordem de R$ 6,1 bilhões. Além disso, destaca-se o aumento de receita, mais que compensando o aumento de custos com geração, combinado a um avanço tímido nas despesas de PMSO e provisões. Já o Ebitda regulatório atingiu R$ 6,8 bilhões no terceiro trimestre, com alta de 9% em relação a igual período de 2023.

Nos primeiros nove meses do ano, o resultado liquido da ex-estatal é de quase R$ 9,3 bilhões, alta de 164% quando comparado ao desempenho de 2023. O ebitda anual está 30,1% maior com R$ 21,2 bilhões e o regulatório soma R$ 18,3 bilhões, com crescimento de 9,1% em relação ao acumulado nos três trimestres do ano passado.

A receita operacional líquida ajustada da Eletrobras somou R$ 11 bilhões no trimestre, alta de 26,9%. No acumulado do ano, essa linha do balanço mostra montante de R$ 28,2 bilhões, patamar 3,4% mais elevado do que no ano anterior.

A receita regulatória de geração no Ambiente de Contratação Regulado totalizou R$ 2,8 bilhões, aumento de R$ 1,7 bilhão em relação a 2023, explicado por R$ 1,3 bilhão de Eletronorte, oriundo da repactuação do risco hidrológico de Tucuruí, e do efeito de R$ 162 milhões em razão da incorporação de Teles Pires. No ACL totalizou R$ 2,6 bilhões, leve redução de R$ 87 milhões em decorrência da redução de receita da Eletronorte, refletindo a queda de 29% dos preços médios de venda realizados e na Chesf devido ao menor volume de energia contratada no período. O resultado foi parcialmente compensado pelo aumento do volume contratado na Eletrobras, com impacto positivo de R$ 136 milhões. No mercado de curto prazo a receita foi de R$ 695 milhões.

A receita societária de transmissão foi de R$ 4,6 bilhões no trimestre, aumento de 12% ante mesmo período de 2023. A receita regulatória de transmissão foi de R$ 4,5 bilhões. Em O&M somou R$ 1,9 bilhão e em construção ficou em pouco mais de R$ 1 bilhão.

Em geração a capacidade instalada total atingiu 44.191 MW no trimestre, o que representa 22% do total instalado no Brasil. A quantidade de energia gerada total da Eletrobras reduziu 12% em relação ao mesmo período de 2023, para 26.586 GWh.

Fonte: Eletrobras

A companhia possui atualmente dois projetos no estágio de obras que, quando concluídas, vão adicionar cerca de 330 MW à capacidade instalada da empresa ainda em 2024. São eles, o Parque Eólico Coxilha Negra, com 302 MW e localizado no Rio Grande do Sul, e a usina eólica de Casa Nova B, com 27 MW, localizado na Bahia. A primeira iniciou a operação teste em fevereiro de 2024 e teve concluída a montagem de 55 dos 72 aerogeradores no final do terceiro trimestre. Do total, 23 aerogeradores do Coxilha Negra 2 estavam operando comercialmente e outros 13 operando em teste. O avanço físico do empreendimento é calculado em 93,8%.

Já em transmissão, a empresa está implementando 245 empreendimentos de grande porte, referentes a reforços, melhorias e empreendimentos de leilão, com Receita Anual Permitida (RAP) adicional associada de R$ 1,8 bilhão entre 2024 e 2029.

De acordo com o VP Executivo de Estratégia e de Desenvolvimento de Negócios, Élio Wolff, a aprovação de reforços e melhorias nesse segmento representa um backlog que ele classificou como interessante em teleconferência de resultados com analistas e investidores. “Nossa percepção é que o regulador incentiva investimentos. Ainda tem espaço para crescer”, aponta ele.

Inclusive, o VP Executivo de Regulação, Instituição e Mercado, Rodrigo Limp, destacou que a empresa vem trabalhando para o ciclo 2028 da revisão tarifária de ativos de transmissão, para ser mais específico, comentou que a companhia iniciou a gestão da base regulatória para ser mais otimizada considerando as taxas regulatórias. O investimento estimado em transmissão é de R$ 13,2 bilhões entre 2024 e 2029, com RAP adicional associada de R$ 1,8 bilhões.

A Eletrobras encerrou o terceiro trimestre do ano com 74 mil km de linhas, sendo 67,1 mil km próprias e 6,8 mil km em parcerias, e 404 subestações, considerando 295 próprias e 109 de terceiros.

Já em comercialização, as empresas Eletrobras venderam 38,7 TWh de energia no trimestre, aumento de 18% em relação aos 32,8 TWh negociados no mesmo período do ano passado. Os volumes vendidos incluem a energia das usinas sob o regime de cotas, renovadas pela Lei 12.783/2013, bem como das usinas sob regime de exploração e das SPEs consolidadas (UHEs Teles Pires, a partir de out/23; Baguari, a partir de out/23; Retiro Baixo, a partir de nov/23; e Santo Antonio, a partir de nov/23). Foram 698 clientes atendidos pela empresa, a maioria absoluta, 614, no ACL.

A empresa foi questionada sobre o momento pelo qual passa o mercado livre de energia com rumores de problemas financeiros de comercializadoras de energia que poderiam não honrar compromissos. A Eletrobras comentou que está sabendo desse problema no mercado, resultado da volatilidade de preços do setor. Contudo, afirmou que não mantém relações com essas contrapartes em seu portfolio. Inclusive, ressaltou que essa situação pode ser vista, pelo lado positivo, como o início da maturidade desse segmento.

Limp ressaltou ainda que a pauta de segurança de mercado ainda tem muito a fazer no setor com o avanço do mercado livre de energia brasileiro. “Temos avanços importantes e de monitoramento de mercado. Isso traz a atenção dos agentes e caminha ao lado da agenda regulatória da Aneel, é importante esse assunto quando olhamos para a ampliação do ACL, confirma o que estamos discutindo”, analisa.

Os investimentos nos nove meses de 2024 totalizaram R$ 4,9 bilhões, um crescimento de 12,5% em relação aos nove meses de 2023. Destaque para os aportes em implantação e ampliação dos ativos de geração que totalizaram R$ 1,5 bilhão e os investimentos de reforço e melhoria dos ativos de transmissão, de R$ 2 bilhões no acumulado de nove meses.