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Os investimentos do setor energético devem atingir cerca de 3,2 trilhões nos próximos dez anos, com concentração de 78% do valor na indústria de petróleo e gás natural. A projeção está no Plano Decenal de Energia 2034, que estima uma taxa de crescimento médio da Oferta Interna de Energia (OIE) de 2,2% ao ano, atingindo, aproximadamente, 394,3 milhões de Tonelada Equivalente de Petróleo (TEP), e um aumento médio de 3,3% na geração de energia elétrica, alcançando uma oferta de 1.045,3 TWh ao final do período.
O governo espera contratar 28.136 MW de térmicas a gás, numero que é praticamente equivalente à soma da expansão das fontes eólica e solar ( 28.651 MW). No mesmo horizonte de tempo, está previsto um aumento de 6.479 MW da capacidade instalada de hidrelétricas, sendo que boa parte disso vira da modernização de usinas existentes. No caso da transmissão, a ampliação da malha será de 30.198 km, dos quais 24.450 km já estão contratados e com entrada em operação prevista até 2029.
O PDE foi apresentado nesta sexta-feira, 8 de novembro, em solenidade no Ministério de Minas e Energia. O documento da Empresa de Pesquisa Energética vai passar por consulta pública de 30 dias para a aprovação da versão final, o que deve acontecer somente no ano que vem.
O documento, cujos estudos foram divididos em 16 cadernos temáticos, levou um ano para ser consolidado. O texto apresentado hoje inclui as diretrizes para o PDE 2035, um fato inédito que reflete a nova governança do planejamento de médio prazo da EPE, formalizada em portaria assinada pelo ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira.
Renováveis e gás
O plano decenal prevê crescimento médio anual de 2,4% das energias renováveis na Oferta Interna de Energia, com destaque para a energia de fontes eólica, solar, de biodiesel e lixívia, classificadas pela EPE como “outras renováveis”. Já o crescimento da participação do gás natural deve chegar a 14% da OIE em 2034. Para petróleo e derivados, no entanto, há previsão de redução de 35% para 30%.
A geração de energia elétrica terá maior diversificação, com a queda na participação das hidrelétricas (de 55,8% para 46,7%) compensada pelo aumento da geração eólica e solar. Fontes renováveis como hidrelétrica, biomassa, eólica e solar serão predominantes na matriz, que terá um nível de renovabilidade de 86,1% ao final do horizonte.
A autoprodução e a geração distribuída aumentarão sua participação na matriz elétrica de 15% em 2024 para 17% em 2034, com destaque para o uso da biomassa (biogás, bagaço de cana, lixívia e lenha) e da fonte solar.
Em termos de matriz energética, a participação das renováveis também deve permanecer elevada, com variação entre 48% (2024 e 2029) e 49% ( 2034), sobretudo pela participação de “outras renováveis” (variação entre 12% e 16% até o fim do período). O mesmo é previsto para o gás natural , que vai passar de 11% para 14%.
Traduzindo em números, o PDE prevê a contratação de:
– 6.479 MW de usinas hidrelétricas, com 48 MW (1 UHE) contratados e 6.431 MW como indicativo, sendo uma usina de 118MW e 6.313 MW resultantes da modernização de UHEs existentes
– 3.287 MW de pequenas centrais hidrelétricas (PCHs) e Centrais Geradoras Hidrelétricas (CGHs), dos quais 487 MW de 38 empreendimentos contratados e 2.800 MW com indicativo de contratação.
– 28.136 MW de termelétricas a gás natural, sendo 8.796 MW contratadas ( 9 usinas novas e 10 existentes com novos contratos) e 19.340 MW de UTE com indicação de contratação.
– 1.405 MW de Angra 3
– 2.272 MW de térmicas renováveis, incluindo 534 MW já contratados de 16 usinas novas e duas ampliadas, movidas a bagaço de cana, cavaco/resíduos, óleos vegetais , capim elefante e Resíduos Sólidos Urbanos. Há um indicativo para mais 1.738 MW.
– 15.504 MW de usinas eólicas, sendo 2.404 MW contratados de 45 parques e 13.100 MW com previsão de contratação.
– 13.147 MW de usinas fotovoltaicas, sendo 4.547 MW contratados de 90 empreendimentos e 8.600 MW com indicativo de contratação
– Autoprodução e GD: Autoprodução: 3.905 MW e Geração Distribuída: 27.328 MW
– Mecanismo de Resposta de Demanda: 2.000 MW de oferta de redução de consumo, com indicativo de mais 2.000 MW
– Armazenamento: 800 MW para contratação, com indicativo de mais 800 MW
– Transmissão: 30.198 km, dos quais 24.450 km contratados e previstos para entrar em operação até 2029 e indicativo de 5.737 km
– Exploração e Produção de petróleo e gás natural: 96 unidades de produção (UP) contratadas e indicativo para 53 blocos em oferta permanente e 4 UPUs
– Refinarias, UPGN (Unidades de Processamento de Gás Natural) e terminais de GNL (Gás Natural Liquefeito):um refinaria prevista e UM conjunto de ativos de refino previsto; duas UPGNs previstas e uma UPGN indicativa; um terminal de regaseificação de GNL previsto.
– Gasodutos: três gasodutos de transporte, sendo previstos e um indicativo; três gasodutos de escoamento previstos; quatro estações de compressão, sendo: duas previstas e duas indicativas
– Etanol:13,1 bilhões de litros, com 22 usinas planejadas, 43 usinas ampliadas e indicativo de 3 bilhões de litros de etanol de milho
– Biodiesel:4,4 bilhões de litros; oito usinas planejadas e nove ampliadas