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O consumo nacional de energia elétrica atingiu 47.796 GWh em outubro de 2024, um avanço de 3,7% comparado a outubro de 2023, segundo dados da Empresa de Pesquisa Energética (EPE). A classe residencial lidera a alta no consumo com taxa interanual de 4,6% em outubro de 2024. O consumo acumulado nos últimos 12 meses foi de 559.646 GWh, alta de 6,8% na comparação com igual período anterior.

De acordo com dados da EPE, o consumo de eletricidade na indústria cresceu 4,0% em outubro, em relação ao mesmo mês de 2023, alcançando 16.881 GWh. Todas as regiões consumiram mais: Sul (+7,3%), Norte (+4,8%), Centro-Oeste (+4,3%), Sudeste (+3,0%) e Nordeste (+2,6%). Entre os dez setores mais eletrointensivos, nove expandiram, sete acima da média da indústria. Metalurgia (3,6%) foi o que mais contribuiu para a expansão, mesmo crescendo um pouco abaixo da média da indústria.

Já o índice de confiança da indústria de transformação (ICI), em consonância com o aumento do consumo de eletricidade da indústria, teve aumento de 9,1 pontos em comparação a outubro de 2023. Em relação a setembro, o índice teve uma leve queda de 0,6 ponto, alcançando o nível de 99,9 pontos. O nível de utilização da capacidade instalada (NUCI) teve uma redução de 0,8 ponto percentual em relação a setembro, atingindo o patamar de 82,6%. Em relação a outubro do ano anterior, o índice apresentou uma elevação de 1,8 ponto percentual.

Por outro lado, o consumo de energia elétrica nas residências no país foi de 15.081 GWh em outubro de 2024, elevação de 4,6% contra o mesmo mês de 2023. A taxa de consumo residencial acelerou em relação ao mês anterior e o volume de consumo atingiu o nível mais alto desde abril de 2024. Segundo a EPE, as temperaturas acima da média, tempo mais seco, mudança no padrão de consumo dos consumidores residenciais, novas ligações de consumidores, reclassificação de consumidores da classe rural para a classe residencial e a melhora das condições de emprego e renda no país colaboraram para a ascensão do consumo da classe no mês. Nesse segmento, todas as regiões apresentaram taxas positivas de consumo de eletricidade residencial no mês: Norte (8,1%), Centro-Oeste (6,9%), Sudeste (4,9%), Sul (3,1%) e Nordeste (2,3%). O índice de confiança do consumidor (ICC), em relação a outubro do ano anterior, manteve-se praticamente estável com uma pequena queda de 0,1 ponto. Em comparação a setembro, houve uma queda maior da ordem de 0,7 ponto, atingindo o patamar de 93,0 pontos.

De acordo com os dados da EPE, o consumo de eletricidade da classe comercial foi de 8.663 GWh em outubro de 2024, subida de 2,8% frente a outubro de 2023. O melhor desempenho do setor de comércio e serviços, temperaturas acima da média e o clima mais seco impulsionaram a expansão do consumo da classe no mês de outubro. A totalidade das regiões do país consumiram mais energia elétrica comercial no mês: Norte (6,0%), Sudeste (3,6%), Sul (3,0%), Centro-Oeste (0,3%) e Nordeste (0,1%).

Mercado livre

Quanto ao ambiente de contratação, o mercado livre, com 20.549 GWh, respondeu por 43,0% do consumo nacional de energia elétrica em outubro, com crescimento de 10,7% no consumo e de 48,3% no número de consumidores, na comparação com outubro de 2023. O Sul foi a região que mais expandiu o consumo (15,0%) e o Nordeste teve o maior aumento no número de consumidores livres (73,8%). A expansão do número de consumidores livres está em linha com as migrações previstas para 2024 pela Aneel, após portaria do MME 50/2022 que amplia a possibilidade de migração a todos consumidores do grupo A.

Mercado regulado

Já o mercado regulado das distribuidoras, com 27.247 GWh, respondeu por 57,0% do consumo nacional, mas teve queda de 0,9% em outubro. O número de unidades consumidoras aumentou 1,2% no período, apesar da migração de consumidores para o mercado livre. No mercado regulado, o Norte registrou a maior expansão do consumo (3,7%) e número de consumidores cativos (3,9%).

Inundações no Rio Grande do Sul e o impacto sobre o consumo de energia elétrica no estado

Segundo a EPE, o impacto das fortes chuvas e as inundações históricas, que atingiram o estado em maio, sobre as estatísticas de consumo de eletricidade tem se atenuado. O consumo no Rio Grande do Sul cresceu 5,2% em outubro, em relação a outubro de 2023, alta próxima a registrada pelos outros estados da região já pelo segundo mês consecutivo, o que indica a retomada da normalidade das atividades na região. As classes comercial e residencial tiveram as maiores expansões no consumo de 10,2% e 9,5% em outubro, respectivamente. Já o consumo industrial (2,4%), cresce pelo quarto mês consecutivo, após retração em maio e junho. Seis dos dez setores mais eletrointensivos expandem, com destaque para os setores metalúrgico e borracha e material plástico.