fechados por mês
eventos do CanalEnergia
mantenha-se informado
sobre o setor de energia.
O gás produzido no campo de Sirius não deve vir para o Brasil no primeiro momento. A produção irá atender a demanda interna colombiana, em especial o segmento residencial. A estatal anunciou nesta quinta-feira, 5 de dezembro, a maior descoberta de gás natural da história do país vizinho, em parceria com a Ecopetrol.
Em coletiva à imprensa, o gerente internacional, Roberto Costa Lima, salientou que o mercado do país vizinho tem um retrato diferente do Brasil. São 30 milhões de m³/ dia de consumo. Desse total, o setor termelétrico utiliza na ordem de 35% a 37% desse volume e o restante do mercado está distribuído entre o setor industrial, veicular e residencial.
Ao contrário do Brasil, o mercado residencial tem um nível de cobertura maior que o do Brasil. Cerca de 80% as residências são abastecidas por gás. “A produção de Sirius vem justamente para abastecer essa necessidade natural do país, onde tem um declínio na sua produção interna para cumprir com a necessidade de atendimento principalmente ao setor não termelétrico”, destaca Lima.
Mas a diretora de Exploração e Produção, Sylvia dos Anjos, revelou o desejo de aumentar a produção no futuro. Isso traria como consequência natural a exportação do energético.
O licenciamento ambiental será um dos maiores desafios da Petrobras para iniciar a exploração no campo de gás Sirius, na Colômbia. O gerente geral de Ativos Exploratórios da Petrobras, Rogerio Cunha, explicou que há uma etapa de consulta prévia às comunidades que já está em curso, mas que envolve em total de 116 grupos.
“Aqui é onde temos incerteza de tempo. Pode demorar mais ou menos, porque existe a necessidade de fazer o fechamento com todas essas comunidades aos acordos em relação a realidade que o projeto traz para essas comunidades”, explica.
A partir daí, já haveria mais clareza nos processos e a estimativa é que entre seis e sete meses e a licença ambiental seja obtida. A estimativa é que ela seja emitida entre 2025 e 2026. A diretora salientou que o projeto será inovador, subsea to shore, todo submarino até a unidade de processamento. Segundo ela, isso reduz custos e prazos.
A descoberta terá investimentos de US$ 1,2 bilhão na fase exploratória e US$ 2,9 bilhões já na fase de desenvolvimento, é considerada grande. Atualmente, as maiores descobertas recentes de gás no mundo foram em Moçambique, com o campo de Coral, e no Egito, com Zor, e no Chipre. Essas reservas têm números bem superiores ao anunciado na Colômbia, onde foram confirmados volumes superiores a 6 trilhões de pés cúbicos (Tcf) in place (VGIP).
Mas após Sirius, a Petrobras irá perfurar em dois outros prospectos, Buena Suerte e Papayuela. Caso os trabalhos nessas duas áreas sejam exitosos, os números podem subir. “Vamos verificar se chegamos a volumes comparáveis com Chipre, Egito e Moçambique”, avisa Cunha.