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O novo normal do clima é realidade. A ocorrência de ventanias, secas, cheias e temperaturas extraordinárias que assolaram o Brasil e o mundo em 2023 e 2024 são resultado de uma aceleração do aquecimento global e, portanto, representam essa nova condição climática. Não à toa é dado que o ano de 2024 deverá ser apontado como o mais quente da história, superando o ano passado. Diante desses fatores, a PSR diz que é muito importante e urgente planejar e implementar medidas de adaptação a diversos setores de infraestrutura como redes elétricas, saneamento, segurança de barragens e outras.

Segundo a consultoria em sua versão mais recente da publicação mensal Energy Report, há evidências científicas muito fortes de que as condições que levaram aos eventos extremos de 2023 e 2024 são estruturais. Inclusive, essa condição pode piorar nos próximos anos devido a mudanças irreversíveis na circulação oceânica nos próximos vinte anos.

“O novo normal chegou mais cedo do que se previa porque o aquecimento global está acelerando. O incremento de temperatura resultante de um incremento de CO2 injetado, está aumentando rapidamente”, descreve a PSR na publicação.

Segundo o levantamento da consultoria, cada grau de aumento de temperatura no clima eleva em 7% a capacidade da atmosfera de reter umidade. Esta mudança na chamada “esponja atmosférica” explica o aumento da intensidade das chuvas e de secas extremas observadas nos dois últimos anos. Explica que a intensidade máxima de uma chuva está diretamente relacionada com a capacidade máxima de retenção de umidade da esponja atmosférica.

Com essa condição, associado ao fato de que o aumento da temperatura média global em 2023 e 2024 foi de dois graus, muito acima da previsão dos modelos climáticos, a imensa capacidade extra de absorção permitiu o surgimento das tempestades extremas. Citou a que ocorreu em Valencia, na Espanha, onde em um dia choveu o equivalente a um ano. E pelo outro lado, a mega-esponja absorve muito mais umidade do solo na estação seca do que o normal, causando as secas extremas que foram também observadas no biênio em referência.

Com isso, a consultoria reafirma que as evidências permitem concluir que os investimentos em adaptação são necessários e urgentes. Citou casos como o segmentos de transmissão, distribuição e segurança de barragens.

“Já existem metodologias disponíveis de geração de cenários de vento, chuva e temperatura extremos, análise do impacto destes cenários na infraestrutura e identificação das medidas de adaptação mais econômicas e eficazes, que são aplicáveis a sistemas no Brasil e em outros países”, aponta.

Entre os exemplos apontados a PSR cita um estudo de mudanças climáticas nas vazões dos rios patrocinado pelo BID que a companhia realizou recentemente. Nesse estudo reforça a preocupação com as cheias e segurança das barragens, pois há indicações de aumento das vazões na bacia do rio Paraná como resultado do aquecimento global. Alertou o fato de que a vazão decamilenar no Sul do país, que em tese deveria acontecer uma vez a cada 10 mil anos aconteceu duas vezes nos últimos dois anos.

“A capacidade de absorção da “esponja atmosférica” aumentou muito devido ao aquecimento, o que significa que as tempestades extremas podem ser mais intensas do que se imaginava na época do dimensionamento”, sugere a PSR, que por esse motivo levanta a necessidade de rever os cálculos estruturais de barragens na região.

“As ferramentas computacionais de análise de impacto neste caso são um modelo de “routing” das cheias na calha do rio, em conjunto com a operação dos reservatórios (“volume de espera” nos reservatórios e acionamento dos vertedores). Finalmente, as medidas de adaptação podem incluir modelos mais sofisticados de cálculo de volumes de espera, que levem em consideração as previsões de chuva e reforços nas estruturas dos vertedouros”, sugere.

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