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A Renova Energia, que entrou com pedido de recuperação judicial em outubro de 2019, já cumpriu todos os marcos previstos no seu plano de recuperação, incluindo a venda de ativos operacionais e a conclusão do Alto Sertão III. O último passo pendente era o aditamento com os credores da classe II, composto pelos bancos, o que foi concluído no dia 31 de outubro e já homologado pelo juiz. Com isso, a empresa se prepara para sair da recuperação judicial a qualquer momento, quando o juiz poderá decretar a extinção do processo.

De acordo com o CFO da companhia, Victor Hugo, este é um momento decisivo para a Renova, que tem se estruturado para um futuro mais sustentável e financeiramente equilibrado. “O plano foi um sucesso. Conseguimos reduzir a dívida da companhia de forma significativa e a estruturação financeira está no caminho certo”, afirmou o executivo durante reunião pública da Apimec com analistas nesta terça-feira, 10 de dezembro.

Aumento de capital e estratégia

Em 24 de outubro de 2024, foi realizada uma RCA, no qual se aprovou o aumento de capital da companhia mediante a emissão, para subscrição privada, de no mínimo R$ 524 milhões e no máximo R$ 540 milhões em ações ordinárias ao preço de emissão de R$ 1,08 por ação. A companhia espera a confirmação do acionista sobre o cumprimento das condições precedentes.

Hugo lembrou que em 2019, a Renova Energia enfrentava uma dívida que ultrapassava os R$ 3,7 bilhões. Hoje, esse número foi reduzido para R$ 1,4 bilhão, uma redução de 60%. Se o aumento de capital for efetivado, a dívida da companhia pode cair para menos de R$ 1 bilhão, o que representa uma reestruturação financeira importante para a empresa. “O aumento de capital será crucial para continuar nossa trajetória de recuperação, e embora ainda não tenhamos um prazo exato para sua conclusão, estamos mantendo o mercado informado por meio de comunicados oficiais”, ressaltou o executivo.

A empresa também realizou o pagamento de R$ 24 milhões referentes à classe III da dívida, com vencimento em um ano, e R$ 19 milhões para os credores da classe II em outubro de 2024. Além disso, a Renova celebrou novos aditamentos com os bancos, visando o reescalonamento da dívida e com garantias reais, conforme aprovado pelo juiz da recuperação judicial.

Segundo Hugo, o plano de recuperação da companhia envolve ainda a alteração do indexador da dívida, passando de CDI para IPCA, com um limite mínimo de IPCA mais 5%. A renegociação da dívida também incluiu a extensão do prazo de pagamento de 2031 para 2035, além da venda de ativos no setor de energia renovável, com “janelas de venda” programadas para 2026, 2029, 2032 e 2035, totalizando 3 gigawatts. “A Renova está ainda comprometida com a prática de desenvolvimento sustentável, reforçando seu compromisso com o setor de energia renovável”, disse.

Nova identidade e compromisso com a sustentabilidade

Além da reestruturação financeira, a Renova Energia também deu um passo importante em sua identidade visual. A empresa lançou uma nova marca, alinhada com seus valores e objetivos, e com um novo slogan: “O que tem valor para nós, está dentro da nossa marca”. Esse novo visual reflete o compromisso com a inovação, a sustentabilidade e o talento dos profissionais que fazem parte da companhia.

Com uma visão voltada para o futuro, a Renova Energia demonstra seu compromisso com a sustentabilidade, o crescimento no setor de energia renovável e a continuidade dos projetos já em andamento. “A nova identidade simboliza a dedicação e o empenho de toda nossa equipe, que tem sido fundamental para o sucesso da companhia”, afirmou o executivo.

Desafios e as expectativas futuras

Hugo também destacou que, embora o Nordeste enfrente desafios relacionados à energia não produzida, que ainda estão sendo discutidos judicialmente, a Renova segue atenta aos indicadores financeiros e aos projetos de energia renovável na região. Segundo ele, a liminar recente garante a devolução da energia não produzida para os geradores, embora ainda não haja decisões concretas sobre o impacto dessa medida.

“Em um setor tão dinâmico quanto o de energia renovável, a Renova Energia se mostra preparada para novos desafios, com uma estruturação robusta e uma visão clara de futuro”, ressaltou. A companhia mantém seus objetivos de desenvolvimento sustentável, refletidos em sua nova identidade, e está pronta para continuar crescendo e inovando no mercado de energia no Brasil.

Mercado de energia no Brasil

Ainda durante a reunião, o gerente de relações com investidores, Ricardo Martins, destacou que no terceiro trimestre de 2024, o consumo de energia no Brasil aumentou 5,4% em relação ao mesmo período de 2023, impulsionado pelo clima mais seco em grande parte do país. O consumo na classe industrial subiu 6,5%, enquanto na classe residencial, a variação foi de 5,3%. Ele ainda afirmou que o preço de liquidação das diferenças (PLD) médio no trimestre foi de R$ 307,60 no submercado Sudeste, refletindo o impacto da seca.

O executivo da Renova ainda declarou que a produção de energia eólica também teve destaque, com a geração de 304 GWh no terceiro trimestre de 2024, representando um aumento de 8,8% em comparação ao ano anterior. A geração líquida sem curtailment seria de aproximadamente 398 GWh. “Apesar de um declínio de 7% na receita líquida eólica, a comercialização de energia teve crescimento de 33%, devido ao aumento de preços no mercado”, disse.

No aspecto financeiro, conforme o CanalEnergia já havia divulgado, a companhia registrou um prejuízo líquido de R$ 1,3 milhão, contra um prejuízo de praticamente R$ 48 milhões no mesmo período do ano anterior. Martins destacou que o caixa da empresa também apresentou um aumento significativo, com um saldo de R$ 110 milhões a mais em setembro de 2024, em comparação a dezembro de 2023.

Renova diminui prejuízo para R$ 1,3 mi no terceiro trimestre