fechados por mês
eventos do CanalEnergia
mantenha-se informado
sobre o setor de energia.
A aprovação do PL de eólicas offshore foi comemorado pelas entidades que representam o segmento e destacaram que a futura lei destravará investimentos no país. Mas a questão dos jabutis que incentivam as fontes fósseis, como o subsidio ao carvão e o gás natural, incluídas pela Câmara dos Deputados foi alvo de críticas e esperam que esses temas sejam retirados por meio de vetos.
A Associação Brasileira de Energia Eólica e Novas Tecnologias afirmou que o projeto é fundamental para que o país avance no programa de transformação ecológica. E que esse marco trará para a indústria a segurança jurídica necessária para que o país possa atrair investidores.
Por outro lado, a expectativa da ABEEólica é a de retirada de emendas que não sejam exclusivamente relacionadas às eólicas. “O teor do projeto de lei trata de desenvolver o potencial de pavimentar os caminhos para uma transição energética justa e inclusiva, garantindo investimentos que irão colaborar com uma série de benefícios sociais e econômicos para a economia brasileira, temos agora uma lei de Offshore cujo texto base é consistente e amigável aos investidores. Agora, contamos com a sensibilidade do nosso Governo Federal para que avalie e considere o veto para as matérias estranhas incorporadas no texto ao longo deste processo”, reforça Marcello Cabral, diretor de novos negócios da entidade em nota à imprensa.
A associação cita que há 97 projetos cadastrados no IBAMA, que somam 234 GW de potência instalada, aguardando as definições legais para iniciar, continuar ou postergar os investimentos. Contudo, o país possui um potencial estimado em mais de 1.200 GW, de acordo com estudo do Banco Mundial. Segundo o Global Wind Energy Council (GWEC), cada GW instalado representa um investimento de €2,5 bilhões na economia brasileira.
Contudo, os primeiros projetos deverão ser vistos em operação apenas a partir do início da próxima década, devido ao longo ciclo de desenvolvimento de um projeto de eólica offshore, que pode durar de 7 a 10 anos, desde o planejamento inicial até o início da operação. Por exemplo, após a aprovação do projeto, o processo de obtenção de licenças e o engajamento das instituições pode levar até cinco anos.
O Global Wind Energy Council, por sua vez, afirmou que essa aprovação representa uma grande oportunidade para o Brasil desempenhar um papel fundamental no global da indústria eólica e apoiar uma transição energética global no caminho para Net Zero. Cita que a fonte promove a atração de novos investimentos, geração de empregos, segurança energética (menor variabilidade e alto fator de capacidade) e suporte concreto para que o Brasil cumpra seu objetivo de nas suas metas de redução de CO2.
Em nota, diz a diretora de Políticas – Brasil do GWEC Roberta Cox, “agora precisamos definir leilões de área para manter o interesse dos leilões no Brasil e atrair a cadeia de fornecimento de energia eólica offshore para o país. Os leilões de área permitirão que os desenvolvedores comecem o trabalho crucial que resulta em projetos e turbinas na água”.
A Firjan elogiou o avanço dessa matéria no Congresso, mas ressaltou seu repúdio à inclusão de dispositivos que causarão uma distorção na economia brasileira, prejudicando a competitividade da indústria nacional, que tem na energia elétrica um dos seus principais insumos, em referência aos jabutis inseridos.
Exemplificou que incentivar a geração de energia a partir de gás em locais que não possuem vocação para tal, distantes dos centros de consumo – discussão que se teve na época da Lei 14.182 – para depois retornar esse insumo na forma de energia elétrica pelos fios de transmissão não faz sentido econômico.
“O resultado desses jabutis é elevação do custo em geral da energia, afetando diretamente a competitividade do país”, vocifera a federação.
Sobre o tema principal do projeto, a entidade destacou que o PL atua em uma área com capacidade de 182 GW, com investimento previsto de US$ 495 bilhões e geração de 4,3 milhões de postos de trabalho. E lista que somente para o estado do Rio de Janeiro, a capacidade de geração é de 24 GW, com previsão de investimento de US$ 65 bilhões e 576 mil postos de trabalho.
“Além disso, também envolverá grandes empresas de energia com projetos integrados para a descarbonização da produção de óleo e gás e para geração de hidrogênio, possibilitando, também, o desenvolvimento de cadeias produtivas.
O PL 576/2021 de autoria do ex-senador Jean Paul Prates foi aprovado e agora segue para sanção presidencial. Na Câmara passou por modificações que foram ratificadas no Senado. Inclusive, com participação da base de apoio do Governo Federal.
Saiba Mais:
Com jabutis, CI aprova PL de eólicas offshore e texto vai a plenário no Senado
Associações voltam a defender retirada de emendas ao PL da eólica offshore
Entidades mantêm pressão contra jabutis do PL da Eólica Offshore
Agentes alertam senadores sobre impactos de ‘jabutis’ de PL das eólicas offshore