O ano de 2025 será importante para que o Brasil faça as escolhas certas para saber se consegue ser competitivo ou não no setor energético. Essa é a avaliação de Paulo Pedrosa, presidente executivo da Abrace, entrevistado nesta segunda-feira, 16 de dezembro, no CanalEnergia Live. Ele diz que o país precisa estimular o consumo de energia ao invés de focar na oferta.
O executivo participou da primeira de uma série de entrevistas que serão realizadas nesta semana. Sobre o ano que termina daqui menos de 15 dias, Pedrosa destaca que 2024 chega ao final com a aprovação e um projeto que representa bem o momento pelo qual o setor elétrico passa, o da desorganização de um mercado que foi, segundo suas palavras, “capturado por interesses que não são dos consumidores, em um ambiente que é ruim para todos, com sobreoferta de energia sem qualidade e sem atributos contratados que levarão a distorções por décadas com térmicas na base e que encarecerão a energia, bem como deslocando renováveis, um modelo no qual ninguém tem a ganhar”.
Para ele o setor precisa ser mais maduro para evitar o avanço dos jabutis, como foi visto no PL das eólicas offshore. Esse é o sintoma mais claro de que segmentos específicos do setor estão preocupados somente com seu benefício e não estão preocupados com a consequência de maior preço da energia que é paga pelos consumidores.
“Corremos o risco de ter energia de R$ 70, mas precisaremos pagar encargo de mais R$ 100 por potência. São interesses específicos para cada segmento que cria um custo e cobra do consumidor de energia”, analisa. “Cada segmento defende que o seu jabuti é bom enquanto o outro é ruim e isso abre espaço para que entrem no ‘corredor migratório’ desses bichos no Congresso Nacional”, pontua Pedrosa.
Ele defende que os jabutis sejam vetados pelo Presidente da República quando a matéria chegar ao Planalto. Diz que o MME tem um papel importante na hora da instrução para os pedidos de veto, assim como por parte dos ministérios da Fazenda e Casa Civil.
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