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A fornecedora de equipamentos Wartsila acredita que o leilão de reserva de capacidade, além da forte disputa, terá uma grande capacidade contratada, de até 7 GW, com muitas térmicas existentes viabilizando contratos. Em conversa com jornalistas nesta terça-feira, 17 de dezembro, o Country Manager e Head de Energia da companhia no Brasil, Jorge Alcaide, também vê espaço para para projetos de conversão de usinas a óleo e de usinas novas. Petrobras e Eneva são alguns dos players que já manifestaram interesse na disputa.
“Sete GW é muita coisa, é mais que o sistema de países como Uruguai e Bolívia”, explica. Para ele, o leilão precisa acontecer em 2025, por conta do equilíbrio do sistema e os próximos devem demandar cerca de 3 GW.
Há um forte interesse do mercado em converter usinas a óleo combustível em gás natural. Segundo Carlos Gonzales, Gerente de Desenvolvimento da Wartsila, o edital do leilão de potência vai decidir esse apetite. Caso possam participar com térmicas a óleo, o caminho será esse. Mas se houver o impedimento e só o uso do gás for possível, prós e contras serão pesados, como tempo de contrato e a disponibilidade do gás.
“Eles vão fazer a conta do que é mais vantajoso: um PPA de sete anos rodando no óleo ou um de 15 anos tendo que converter para gás?”, indaga.
De acordo com Alcaide, a Wartsila em 2025 está totalmente focada nesse certame. Segundo ele, a capacidade de flexibilidade do sistema elétrico brasileiro está se reduzindo e os cortes de carga em renováveis aumentando, o que joga luzes sobre a importância do certame. “Capacidade em 2025 é o nosso foco, é lá que vamos dar uma alavancada nos nossos negócios no ano que vem”, avisa.
O leilão de reserva de capacidade estava programado para acontecer esse ano, mas acabou não sendo realizado. No fim de setembro, o ministro Alexandre Silveira havia garantido o certame ainda este ano, o que não se concretizou. Há a promessa que em 2024 sejam publicadas as diretrizes.
A conversão de equipamentos também está no radar da companhia. Segundo Alcaide, isso é algo que já faz parte do DNA da Wartsila, só que agora é a vez dos renováveis, puxados pela descarbonização. Além do gás natural, óleo sintético, etanol ou óleo vegetal estão na fila. “Isso vai fazer a ponte entre hoje e o combustíveis do futuro como hidrogênio, amônia e outros que estopa em andamento”, aponta.
Clientes já solicitaram estudos no Brasil para geração de energia sobre a conversão para o hidrogênio. Na área marítima, outra vertente de negócios que a companha atua, também foram feitas sondagens para o uso do H2.
A Wartsila já tem uma planta com blend de H2 e Gás Natural dos EUA. Para o executivo, a procura pelo novo energético já existe, mas o retorno sobre o investimento ainda prevalece na decisão final. A viabilidade econômica para o hidrogênio é bem mais cara que o gás. Mas ainda segundo Alcaide, para a ‘conta fechar’ é uma questão de tempo, assim como foi com outras fontes, como a solar.
“É um horizonte de dez anos ou talvez menos já iremos ter a equação financeira para esse tipo de combustível”, revela.