Os subsídios continuarão a pressionar as tarifas de energia elétrica em 2025, como mostra a previsão de orçamento da Conta de Desenvolvimento Energético, mas não serão o único fator de pressão. O Encargo de Energia de Reserva, os custos de termelétricas despachadas na hora da ponta e a tarifa ainda dolarizada de Itaipu terão um impacto importante no aumento da conta de luz do consumidor.

“Tudo isso não está no orçamento da CDE. É uma conta que só vai aparecer no dia a dia, mês a mês, no reajuste de cada distribuidora. E o dólar de Itaipu, tendo dólar, a tarifa de Itaipu continua elevada e ela é em dólar,” explica o consultor e ex-diretor da Aneel Edvaldo Santana, em entrevista ao CanalEnergia Live desta sexta-feira, 20 de dezembro.

Se a cotação da moeda norte-americana continuar no ano que vem na casa dos R$ 6, a previsão do especialista é de que o impacto tarifário pode ser significativo, diante do valor financeiro elevado.

Fora os fatores exógenos à conta setorial, a própria CDE vai refletir no ano que vem a trajetória dos subsídios que mais cresceram, que são os da geração distribuída (energia incentivada) e os da micro e minigeração distribuída. “E é a GD e a MMGD que vão crescer mais ainda no ano que vem. E, para mim, no orçamento atual, o valor ainda está subavaliado,” afirma Edvaldo Santana.

A proposta de orçamento da conta setorial, que está em consulta pública na página da agência reguladora, é de R$ 40,6 bilhões, com crescimento de 9,3% em relação ao valor de 2024. Desse total, R$ 36,5 bilhões serão pagos diretamente pelos consumidores, por meio de cotas, e a diferença coberta por algumas receitas, com, por exemplo, o pagamento pelas concessões de hidrelétricas (UBP).

Veja a entrevista na íntegra: