Olá, esse é um conteúdo exclusivo destinado aos nossos assinantes
Cadastre-se GRATUITAMENTE ou faça seu LOGIN e tenha acesso:
Até 5 conteúdos
fechados por mês
Ficar por dentro dos cursos e
eventos do CanalEnergia
Receber nossas newsletters e
mantenha-se informado
sobre o setor de energia.
Notícias abertas CanalEnergia
ou
Já sou cadastrado,

O modelo Dessem aprimorado, uma previsão de carga mais assertiva e modernização do parque térmico nacional com usinas de partida rápida são itens que ajudariam o setor elétrico a ver a redução dos encargos a serem pagos pelo consumidor. Essa redução viria com a minimização da geração térmica no horário da ponta, feita por usinas que não têm essa característica de partida rápida. A maior parte do parque de UTEs demora muitas horas para estarem prontas para a produção de energia e mais horas para serem desligadas.

“A geração antes do horário de ponta e após esse período necessário é o que está gerando o encargo por unit commitment”, aponta o gerente executivo de Preços, Modelos e Estudos Energéticos da CCEE, Rodrigo Sacchi.

De acordo com dados apresentados pela Câmara no Encontro PLD desta semana, realizado na quinta-feira, 19 de dezembro, de setembro de 2023 a novembro de 2024 essa linha de encargo somou pouco mais do que R$ 1,3 bilhão. De acordo com a CCEE, há usinas que precisam de mais de 120 horas desde seu acionamento. Esse tempo necessário sai do horizonte de carga que o Dessem avalia. Segundo a CCEE, pensar em horizonte mais extenso para o modelo de preços diários pode levar à geração das usinas menos caras no sistema porque o Dessem não enxerga essas centrais no horizonte de atendimento à carga em decorrência do tempo para seu acionamento. As mais rápidas são possuem CVU de mais de R$ 900 por MWh, mas geram por muito menos tempo.

Esse montante veio em decorrência da necessidade de acionamento térmico para atendimento à ponta só que a indicação do modelo Dessem foi inferior à real necessidade do SIN. Um dos pontos que afetaram o PLD foi a previsão de carga no Dessem que não observou ainda a real disponibilidade hidrelétrica e a real necessidade de geração térmica adicional. Sendo assim, foi necessário acionar as chamadas térmicas rápidas e as mais lentas, que precisam produzir por horas sem a necessidade dessa energia para fechar o atendimento à carga, quando necessário.

Apesar dessas questões, Sacchi destaca que o modelo Dessem tem a capacidade de redução de encargos sim. Um estudo apresentado pela CCEE mostra que o modelo levou a uma queda dos encargos no período de 2021 a 2024, mas que foi classificado como tímido pelo executivo.

“A redução foi tímida quando comparamos ao que era esperado nesse período de 4 anos”, apontou. O valor ficou R$ 105 milhões a menos do que o projetado pelo Decomp. A maior diferença verificada ocorreu no constrained on com a redução de R$ 91 milhões. O constrained off seguiu o movimento contrário com acréscimo de R$ 49 milhões ante o resultado do modelo Decomp. Nesse período o unit commitment oficial ficou em R$ 2,6 bilhões.

Segundo Sacchi, essas questões avaliadas apontam que há aprimoramentos e oportunidades de melhorias a serem feitas no Dessem que é um modelo que levará à redução  de encargos. “Estamos dialogando com Cepel, Aneel, ONS e agora com os agentes para que eles nos ajudem a identificar outras oportunidades e endereçar o que foi mapeado”, destacou. “São várias ações que podem ser tomadas, mas precisamos priorizar o que pode ser feito com menos esforço ou que tenha efeito mais rápido em termos de redução desses custos”, apontou.

No Meta II – projeto de estudo de formação de preços – a CCEE está olhando para um modelo híbrido com dupla contabilização, ex-ante e ex-post com a maior participação de agentes geradores como eólicas, solar e biomassa que são usinas sem despacho centralizado. Esses agentes podem ser chamados a estimar sua geração para as 24 horas seguintes e podem ser remunerados caso substituam uma geração frustrada ou responsabilidades na medida que contribuam com a elevação de preços. Assim, diz Sacchi chega-se a uma distribuição de custos mais justa por meio do incentivo econômico.

O pano de fundo é a busca por uma representação do PLD de forma que esteja mais próximo da realidade operativa do sistema.

E voltando à questão das térmicas, ele lembra ainda que o fato de termos cada vez mais uma rampa de renováveis que pode chegar no futuro a 60 GW é importante que as UTEs de partida rápida aumentem no país seja por novos leilões de energia existente ou LRCAP. Apesar de mais caras podem ser um caminho para melhorar o perfil da matriz de UTEs que podem atender a ponta causada pela rampa. Ele cita ainda a perspectiva de ter UHEs e baterias para fazer esse papel no país. Como pano de fundo, a meta é reconhecer o valor dos recursos disponíveis.