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O ano de 2025 deverá ser marcado por ações voltadas à segurança de mercado na BBCE. A companhia prevê diversas ações voltadas ao assunto ao longo de todo o ano. O foco é minimizar riscos e trazer mais transparência às informações e operações realizadas na plataforma. Nesse conjunto de ações constam o mapa de liquidação e liquidação financeira, supervisão de operações, cálculo de exposição de agentes e aporte de garantias financeiras.

Os primeiros pontos dessa lista a serem aplicados ao mercado são o mapa de liquidação e a liquidação financeira. A diretora presidente da BBCE, Camila Batich, conta que a empresa já está avançando no desenvolvimento da tecnologia a ser implantada em 2025. Além disso, já há conversas com uma instituição financeira interessada em realizada a liquidação financeira centralizada. Essas ações são previstas ainda para o primeiro semestre do ano.

A executiva lembra que para chega a esses pontos a plataforma veio se preparando ao estabelecer medidas centradas na governança e compliance para o mercado. Assim, o mapeamento da liquidação, proverá informações mais detalhadas das operações aos agentes que utilizam a plataforma. Em 2024, inclusive, uma das entregas que ela destaca é a consolidação das regras de governança da entidade em um único documento, o que antes estava disperso por diversos documentos e não em um único ambiente. Dessa forma, comenta a executiva que assumiu a cadeira no final de julho do ano, essas regras ficam mais claras para todos.

“Com a supervisão queremos um ambiente seguro na plataforma, ao identificar se há formação de preço artificial ou outras situações, entramos em contato com o agente para entender qual é o racional econômico por trás de um cancelamento de operação. Nesse momento estamos em um período de educação dos agentes. Começou em 2 de dezembro e vai até 10 de março.  A adoção das medidas que estão previstas começará a partir do ano que vem e de forma gradual”, explica.

A meta, diz a executiva é evitar manipulações de preços, um ponto importante para a segurança de mercado. “Essa supervisão foi a grande meta de 2024”, acrescentou.

As medidas graduais que ela cita vão desde uma carta de alerta, de recomendação, multa e até uma abertura de processo administrativo onde a empresa envolvida tem o direito à defesa e pode chegar a até mesmo o descredenciamento da plataforma. Esse processo é interno e avaliado pelos conselheiros independentes da BBCE já que esta é uma entidade ligada a diversos agentes de mercado e que, se participassem desse julgamento, poderiam levar a um potencial conflito de interesses.-

O mapa de liquidação é uma funcionalidade que está em desenvolvimento e deverá ser finalizada em breve. Além disso, há um banco já engajado que poderá fornecer a opção de uma liquidação financeira facilitando o pagamento em um tipo de encontro de contas, proporcionando a realização de um depósito apenas junto à instituição.  Atualmente essa liquidação é feita individualmente por empresa o que facilitará as operações quando for implementada. O prazo para pagamento continua o mesmo.

“A ideia é atrair mais negócios para a plataforma uma vez que as empresa terão essa facilidade e dentro de um ambiente com mais segurança”, comenta.

Mais à frente, a BBCE tem em sua meta realizar um cálculo de exposição dos agentes que operam na plataforma. Essa medida está no roadmap que visa o aprimoramento da segurança de mercado, ainda mais em um momento de instabilidade pelo qual as comercializadoras passaram recentemente no país. A BBCE aposta na massa de dados que passa pelo seu sistema que representa cerca de metade do que é verificado na CCEE. O desafio, diz a companhia é apresentar uma metodologia que o mercado aceite.

“A ideia é implementar as ações que podem ser aplicáveis nesses casos, como por exemplo, ao atingir um nível de exposição elevado, o que o agente em questão deverá fazer, se ele interrompe suas transações no mercado, se coloca mais garantias, desfaz-se de posições… enfim, tudo está em estudo. A meta é ter risco medido para prover a segurança e trazer a liquidez ao mercado”, aponta Camila. “A questão desse ano deixou evidente que precisávamos agir no sentido de tratar do giro e de alavancagem, porque no final temos os números e são fieis ao mercado diante do movimento que passa pela BBCE”.

Outra ação ainda prevê um processo de aporte de garantias. Esse assunto parece ainda ser o mais distante de ser concretizado nesse momento. Está em avaliação. “Em geral, teremos um ano no qual a bandeira será a da segurança de mercado, desde o início de janeiro, ou melhor, já está em andamento agora em dezembro”, afirma.

Derivativos

O estoque de derivativos de energia na BBCE atingiu R$ 2 bilhões em dezembro. De acordo com números da plataforma, são mais de 4.500 contratos divididos em, aproximadamente, 16 TWh. Esse montante, de acordo com dados da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), é suficiente para abastecer, durante um mês, as regiões Sul e Norte.

De acordo com Eduardo Rossetti, diretor Comercial, de Produtos, Comunicação Externa e Marketing da BBCE, a grande maioria dos negócios com derivativos fechados neste ano visam hedge, por meio de estruturas especiais voltadas à autoprodução.

“Observamos principalmente hedge de submercado e adequação de geração com volume de consumo, mas tivemos também de curtailment, que é um dos maiores desafios de fontes intermitentes como eólica e solar e resulta em menor geração que o esperado”, explica.

Os derivativos são contratos financeiros para quem busca se proteger, posicionar ou especular a oscilação do preço de um ativo. Também são procurados por quem quer se posicionar nesse ativo com a expectativa de gerar resultado em função dos comportamentos dos preços. Com isso, os derivativos de energia são contratos financeiros que variam de acordo com o preço de um ativo de energia. São classificados como valor mobiliário e, por isso, regulados pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

Os derivativos de energia negociados na BBCE são puramente financeiros e não estão atrelados à entrega física do ativo, os NDF – non deliverable forward.

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