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A Automa deverá lançar novas soluções baseadas em I.A ao longo de 2025 para o setor elétrico renovável no geral, incluindo as fontes eólica, solar, hídrica e até mesmo o armazenamento. Essa atividade deve-se ao fato da empresa ter como objetivo seguir aprimorando seus produtos e serviços de supervisão, controle e proteção de sistemas elétricos. Com isso,  tem embarcado alguns algoritmos de Inteligência Artificial para tornar suas ferramentas mais modernas e compatíveis com as demandas do mercado de geração, onde atua sobre cerca de 40 GW, além da distribuição e transmissão de energia.

O foco, diz a empresa, é o de tornar mais eficiente a atuação de times de operação e manutenção. “Ferramentas de forecast e predição de falhas de equipamentos, além de tornar nossos módulos de consulta de dados mais amigáveis no geral”, resume ao CanalEnergia o gerente da unidade de Negócios da companhia, Wesley Ferreti.

Ele cita ainda o preenchimento de lacunas de dados em casos de perda de comunicação com equipamentos monitorados, e que em 2024 a I.A auxiliou o setor elétrico de maneira significativa, sobretudo na parte de acompanhamento dos ativos. A partir da análise de medições passadas de um equipamento, é possível inferir a saúde do sistema e seus diversos componentes, podendo, inclusive, estimar uma data para que determinada falha aconteça.

A inserção cada vez maior da inteligência artificial no setor de energia foi tema de uma Reportagem Especial de fim de ano do CanalEnergia, na qual aponta a tecnologia como um meio poderoso para ajudar a transformar desafios em oportunidades, criando novos padrões e referenciais aos modelos de gestão, operação e eficiência das organizações.

Outra tecnologia que está sendo incorporada pela Automa são os gêmeos digitais, em que medidas de um equipamento real são comparadas com outras simuladas com o desvio nas medições podendo indicar necessidade de manutenção.

O gerente de Desenvolvimento da companhia, Bruno Campos, destacou outros usos da I.A. relacionados à previsão de geração. Um dos exemplos é uma planta eólica que pode programar manutenções em aerogeradores nos dias em que a perspectiva de bons ventos é baixa, relacionando essa condição às medições passadas de geração. E que uma tendência do ano passado que deve se manter para 2025 é a utilização da I.A. generativa (exemplo ChatGPT), que passa por um forte movimento de digitalização de documentação e que em muitos casos ainda está em papel.

“Com a documentação digitalizada, o próximo passo é alimentar com esses documentos para que a I.A. seja capaz de responder perguntas de maneira humanizada sobre todo conteúdo”, salienta, afirmando ser válido também para aplicações SCADA, onde a tecnologia responderia perguntas feitas em português como “Quantas vezes o disjuntor X foi manobrado no mês de outubro?”, “Qual foi o recorde de geração no ano de 2024?”, entre outras.

Inclusive a Automa utiliza técnicas de Machine Learning para padronização de lista de pontos em projetos SCADA. Já que uma das etapas do projeto é a definição da lista de medidas que serão exibidas no software, a técnica foi utilizada para apoiar a elaboração de uma lista padronizada.

Outra tendência apontada por Campos é a busca por soluções que apresentem resultados que sejam explicáveis para seres humanos. Ele lembra que num passado recente as I.As funcionavam como “caixa preta” em que os resultados não eram explicáveis e na maioria das vezes não reproduzíveis. Em outras palavras, cada vez que se rodava o algoritmo um resultado diferente era apresentado, o que trazia desconfiança aos usuários. Porém a conjuntura atual converge para resultados explicáveis e reprodutíveis.

Na avaliação do executivo, o principal desafio para o uso da Inteligência Artificial é a baixa qualidade dos dados do setor elétrico que são utilizados para o treinamento das ferramentas. “Falhas de comunicação com equipamentos que criam buracos no armazenamento de medições, além de problemas com sensores em campo trazem medições irreais”, analisa.

Expansão Internacional

Se autointitulando como responsável pela gestão de 25% de toda a energia elétrica gerada no Brasil, por meio de acordos com cerca de 70 players, a Automa também possui atuação na América Latina e está expandindo agora suas operações ao mercado europeu. Foi aberto um escritório em Portugal e outra base deve ser inaugurada em 2025 em Madri, na Espanha. Também entregou, ainda em 2024, soluções para cinco usinas solares na França e Polônia.

Nos últimos três anos a companhia reporta ter crescido mais de 40% ao ano, considerando todas as frentes de atuação: hídrica, eólica, solar, armazenamento e subestações. A expectativa é que o crescimento no mercado europeu se dê, principalmente, através de projetos fotovoltaicos centralizados. “Nosso objetivo é que a receita internacional seja maior do que a do Brasil dentro de quatro anos”, conclui o CEO e fundador, Marcelo Ferreira.