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O setor elétrico brasileiro precisará de cerca de 1.260 km de novas linhas de transmissão e 14.750 MVA de novos transformadores em subestações novas e existentes até 2029. Essa é uma das principais conclusões do Sumário Executivo do Plano da Operação Elétrica de Médio Prazo do Sistema Interligado Nacional (PAR/PEL 2024) para o horizonte dos próximos cinco anos divulgado pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS).

Os investimentos são estimados em R$ 7,6 bilhões, sendo R$ 5,8 bilhões para novos empreendimentos. A ampliação dos limites de intercâmbio entre os subsistemas é um dos pontos destacados no estudo. A capacidade de exportação das regiões Norte/Nordeste para as regiões Sudeste/Centro-Oeste, durante o período de ponta do sistema, poderá ter um acréscimo de 30% até o final de 2029, saindo de 15.600 MW, estimados para janeiro de 2025, para 20.500 MW.

Já a capacidade de exportação do Sudeste/Centro-Oeste para o Sul deve aumentar em cerca de 20%, no mesmo período: de 10.500 MW (janeiro de 2025) para 12.500 MW (dezembro de 2029). O incremento da capacidade de intercâmbio é um fator positivo para o maior aproveitamento da geração renovável não-hídrica disponível na região Nordeste.

O Sumário Executivo do PAR/PEL 2024 também aborda uma das principais transformações no planejamento e operação do SIN: o aumento da participação da Micro e Minigeração Distribuída (MMGD). A capacidade instalada de MMGD ultrapassa, em 2024, a marca de 33 GW e apresenta uma projeção de mais de 49 GW em 2029, o que a consolidará como a segunda maior fonte de geração no país.  De acordo com o Operador, a expansão impõe desafios consideráveis à operação do sistema elétrico, num novo paradigma para o setor, dentre os quais destacam-se a necessidade de maior flexibilidade operativa, a gestão de restrições na rede de transmissão e o suporte para o desempenho dinâmico da rede.

O documento destaca ainda o impacto da MMGD na curva de carga líquida do SIN, no carregamento das transformações de fronteira e os desafios associados. Aponta também o número de subestações que apresentam possibilidade de fluxo reverso de potência ativa. Uma das principais conclusões neste cenário é a necessidade de as distribuidoras assumirem um papel mais ativo, atuando como operadores dos sistemas de distribuição (DSOs) e de forma coordenada com o Operador. Essencial para garantir a eficiência e segurança da operação do SIN em um contexto de crescente descentralização dos recursos de geração.

Os principais números apresentados indicam que a previsão para a demanda máxima de carga para o SIN, em 2029, será de 120 GW, o que representaria um avanço de 12% em relação ao verificado em 2024. A capacidade instalada de geração deve chegar, em dezembro de 2028, a 251,6 GW, sendo 57,6 GW referentes a usinas eólicas e solares fotovoltaicas centralizadas.

A perspectiva de aceleração na demanda de energia, provocada pela expansão de segmentos como Hidrogênio Verde e Data Centers, traz mais desafios ao setor, assim como oportunidades. O perfil da matriz elétrica nacional, com cerca de 90% da sua energia gerada por renováveis, tem tornado o país atrativo para a instalação de projetos de centro de dados utilizados em serviços de Inteligência Artificial. Os projetos apresentam um perfil de consumo constante e elevado em todos os horários e dias, e os investidores têm manifestado interesse em se conectarem ao sistema no horizonte do PAR/PEL 2024.