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A fabricante de baterias e sistemas de energia Powersafe anunciou a criação de uma estrutura específica para atuar e avançar no mercado de renováveis no Brasil. A aposta num primeiro momento é no crescimento dos projetos híbridos (painéis, baterias e geradores) em residências e empresas que combinam a tecnologia fotovoltaica com equipamentos de armazenamento.

Em entrevista ao CanalEnergia, o gerente de Operações, André Ribeiro, disse que a empresa com mais de 20 anos no mercado de Storage chega nessa nova fase com um portfólio de 400 produtos alinhados com a perspectiva de expansão do segmento solar em 2025, provendo engenharia, serviços, suporte e alguns laboratórios para pesquisas, testes e certificação de suas soluções.

“Temos know-how extenso de atuação e uma considerável carteira de clientes de diferentes setores, como telecomunicações, hospitalar, data centers, entre outros e vamos atuar de forma intensa para expandir a rede de distribuidores e pequenos clientes”, conta o executivo, salientando como principal diferencial o fato da companhia ser 100% nacional. “Todo suporte, engenharia e área comercial está aqui, com comunicação imediata, perto dos clientes e auxiliando o integrador na ponta também”, acrescenta.

A Powersafe conta com unidades fabris no Vale da Eletrônica, em Minas Gerais, e centros de distribuição em São Paulo, Goiás, além do escritório central em São Caetano do Sul (SP). E agora parte para montar o time de renováveis do zero, aproveitando algumas áreas existentes e trazendo engenharia específica para também auxiliar o integrador de sistemas na ponta do mercado.

Ribeiro ressalta que a companhia já atuava no segmento desde 2018, mas com poucos clientes muito específicos, longe de ser o foco principal do negócio. Agora a rota muda, com um pé mais sólido e direcionado para a geração distribuída com pequenos consumidores. Decisão que partiu após a realização de um estudo robusto no ano passado, o qual também analisou a fonte eólica.

Nova estrutura de renováveis da empresa espera que a representatividade de faturamento suba de 3% para 20% em 2026 (GW Powersafe)

Foco nos pequenos, mas sem limitações

Atualmente a divisão de renováveis representa 3,06% do faturamento global da corporação, que objetiva elevar esse volume para 10% nesse ano e para 20% em 2026. Além do foco nos pequenos, Ribeiro também pontua que projetos centralizados e de geração compartilhada, onde produtores podem alugar sua energia por meio de cotas, também estão sendo prospectados. “Não temos limitação de atendimento em relação a produtos e serviços, sendo totalmente customizável”, sinaliza.

Entre as apostas está a expansão dentro do segmento de agricultores e do agronegócio, o qual a empresa enxerga um bom espaço para penetração dos painéis fotovoltaicos com baterias de íon-lítio ou chumbo puro e chumbo ácido. Utilizando a tecnologia do lítio, um sistema FV Off-Grid sai em média por R$ 41 mil e um híbrido por R$ 39 mil, considerando uma casa onde moram de quatro a cinco pessoas. E que aplicado de forma correta e seguindo as especificações técnicas, pode durar entre 12 e 15 anos.

Considerado um dos minerais mais importantes da transição energética, o lítio está se tornando acessível para o pequeno consumidor, tendo seu preço diminuído em 64% no ano passado, aponta o dirigente da Powersafe. Em uma conta pensando em projetos maiores, ele comenta que o valor de implementação do armazenamento está numa ordem entre R$ 1,5 a R$ 2 milhões por MW, número semelhante ao calculado pelo CEO da Micropower no ano passado. Há 30 anos 1 kW de baterias tinha o custo de R$ 50 mil, valor que caiu para R$ 1,5 mil no ano passado.

“Hoje conseguimos atender o mercado com um produto mais compacto, com densidade energética e tecnologia embarcada a um custo extremamente acessível”, afirma Ribeiro, ponderando que a empresa também atua com a linha BESS, de grande porte e totalmente configurável, com sistemas de arrefecimento líquido e possibilidade de transformação. E que deve receber nos próximos dias alguns produtos integrados, como uma solução modulável de armazenamento com inversores acoplados.

“Esteticamente são itens bonitos e o consumidor pode trazer para dentro da residência, escritório, comércio, indústria, independente da aplicação”, pontua, informando que a companhia vai apresentar entre 12 e 14 linhas de produtos específicos para o setor de renováveis em um evento na primeira semana de março.

Fabricante conta com laboratórios para pesquisa, testagem e certificação de produtos e aposta em baterias de baterias de íon-lítio, chumbo puro e chumbo ácido (Powersafe)

Investimentos

Em 2025, a Powersafe prevê uma série de investimentos estratégicos para atender ao mercado solar, focando em inovação, produção e expansão de sua presença. Os principais aportes serão para expansão da capacidade produtiva e ampliação do parque fabril, pesquisa e desenvolvimento, infraestrutura de testes e certificação, capacitação e treinamento, tecnologia e automação, ampliação comercial e parcerias estratégicas.

De acordo com André Ribeiro, o orçamento ficou em aberto, citando que os  investimentos serão “bastante agressivos” para o ano. Recursos também estão sendo dispendidos para participação da empresa e patrocínio a eventos como SunHub, Intersolar, além de estudos que envolvem o setor, como os da consultoria Greener. Outra tranche vai para qualificação dos integradores, levando a área técnica e comercial para dentro do distribuidor, para treinamentos envolvendo o dimensionamento de banco de baterias, assistência técnica, ensaios de capacidade, testes de avaliação e vida de baterias, entre outros.

No momento a companhia está em processo de homologação dos seus produtos com os fabricantes de inversores, finalizando já algumas etapas, para nos próximos dias ter a conclusão e começar a distribuição pelo país.  E avançando com o trabalho já citado junto aos integradores para elevar a qualidade e segurança do mercado, num problema que vem acontecendo desde 2018, quando aventureiros começaram a adentrar no segmento, o que precisará ainda mais de atenção com a inserção das baterias nos sistemas.

“O lítio é um produto fenomenal, mas é extremamente perigoso, dependendo de alguns cuidados bem específicos”, atenta Ribeiro, que em muitos casos enxerga concorrentes que não possuem um embasamento técnico tão sólido, colocando produtos de baixa qualidade no mercado e não qualificando os usuários e distribuidores. “Maior desafio será qualificar todo mercado solar na novidade envolvendo o assunto do armazenamento”, conclui.