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O relatório The Path to a New Era for Nuclear Energy, (disponível para download, em inglês), produzido pela Agência Internacional de Energia, mostra que há um novo impulso em prol da fonte nuclear. Esse incentivo está ocorrendo na forma de novas políticas, projetos, investimentos e avanços tecnológicos, como pequenos reatores modulares (SMRs). O documento faz uma avaliação abrangente da situação atual, identificando os desafios que devem ser abordados para aproveitar o momento atual e permitir que um novo ciclo se estabeleça. Dentre esses desafios, estão financiar os novos projetos nucleares, garantindo cadeias de suprimentos confiáveis e diversificadas para construí-los e abastecê-los.

A financiabilidade da fonte nuclear no Brasil já foi citada como desafio pelo presidente da Eletronuclear, Raul Lycurgo. Segundo ele, apesar de Angra 3 e o retrofit de Angra 1 terem seus orçamentos garantidos, a estatal não teria fôlego para entrar sozinha em uma nova planta nuclear. Por conta disso, seria necessária a entrada de um sócio, o que hoje não é permitido. A volta da construção de Angra 3 depende de aval do Conselho Nacional de Política Energética.

Angra 3: luz ao final do túnel e com data marcada em 2031

De acordo com o diretor executivo da AIE, Fatih Birol, está claro hoje que o forte retorno da energia nuclear previsto há vários anos está bem encaminhado, para gerar um nível recorde de eletricidade em 2025.

Segundo ele, mais de 70 GW de nova capacidade nuclear estão em construção globalmente, um dos níveis mais altos dos últimos 30 anos, e mais de 40 países ao redor do mundo têm planos de expandir o papel da energia nuclear em seus sistemas. No entanto, governos e indústrias ainda devem superar alguns obstáculos significativos no caminho para uma nova era para a fonte, começando com a entrega de novos projetos no prazo e dentro do orçamento – mas também em termos de financiamento e cadeias de suprimentos.

Como a segunda maior fonte mundial de eletricidade de baixa emissão depois da hidrelétrica, a nuclear hoje produz pouco menos de 10% do fornecimento global. O uso crescente da energia elétrica está acelerando e deve aumentar seis vezes mais rápido que o consumo geral de energia nas próximas décadas, com base nas configurações políticas atuais.

A maior parte da frota de energia nuclear hoje está em economias avançadas, mas muitas dessas usinas foram construídas décadas atrás. O mapa global para a fonte está mudando, sendo que a  maioria dos projetos em construção estão na China, que deve ultrapassar EUA e a Europa em capacidade nuclear instalada até 2030. A Rússia também é um grande player no cenário da tecnologia. Dos 52 reatores que começaram a ser construídos em todo o mundo desde 2017, 25 são de design chinês e outros 23 são de design russo.

O relatório destaca ainda como a introdução de SMRs pode levar a menores custos de financiamento. Com o suporte certo, as instalações de SMR podem atingir 80 GW até 2040, respondendo por 10% da capacidade nuclear global. No entanto, o sucesso da tecnologia e a velocidade de adoção dependerão da capacidade da indústria de reduzir os custos para um nível semelhante aos de projetos de energia hidrelétrica e eólica offshore.