Empresas que vinculam metas climáticas a estratégias lideram avanços globais, aponta relatório

O relatório CDP Corporate Health Check, elaborado em colaboração com o Fórum Econômico Mundial e a consultoria Oliver Wyman, disponível para download em inglês, revelou que 80% das empresas alinhadas às suas metas climáticas vinculam a remuneração de executivos ao alcance desses objetivos. No Brasil, esse percentual é ainda maior, atingindo 94%. O estudo será apresentado na Reunião Anual do Fórum Econômico Mundial, em Davos, e destaca as alavancas estratégicas que impulsionam o progresso ambiental corporativo.

De acordo com a análise, que avaliou empresas responsáveis por 67% da capitalização de mercado global, práticas como precificação de carbono, planos de transição climática e engajamento com fornecedores são fundamentais para gerar avanços sustentáveis. No entanto, apenas 10% das empresas demonstram ambição significativa em todas as áreas avaliadas, como redução de emissões na cadeia de valor (Escopo 1, 2 e 3), metas ambientais robustas e integração de dados de sustentabilidade nas estratégias corporativas.

Desafios e oportunidades na governança climática

Embora quase metade das empresas divulgue dados básicos sobre emissões e riscos climáticos, o relatório aponta que somente 1% alcançou o nível mais alto de integração estratégica, tratando temas climáticos e de biodiversidade de forma conjunta. Empresas com planos de transição climática têm o dobro de chance de progredir em metas ambientais do que aquelas sem estratégias definidas.

O CEO do CDP, Sherry Madera, ressaltou a urgência de transformar a divulgação de dados ambientais em ações efetivas. Segundo ele, as empresas que integram clima e natureza em sua estratégia estão liderando, mas muitas ainda permanecem à margem. Políticas públicas mais fortes podem acelerar essa transformação.

Com quase 90% das empresas engajando seus fornecedores e clientes em temas climáticos, o relatório também destaca a correlação entre liderança ambiental e desempenho financeiro sólido, reforçando que sustentabilidade e competitividade podem caminhar juntas.