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Sem confirmar com qual projeto, mas dizendo-se preparada e tendo a tecnologia e a inovação como principais diferenciais, a EDF Brasil avalia que o leilão de capacidade, que deve ser realizado neste primeiro semestre, será bastante competitivo e que a empresa está preparada para essa disputa. Em entrevista ao CanalEnergia, o CEO da EDF Brasil, Pierre Bernard, lembra que no último certame similar, em 2021, foram mais de 50 GW e desde então, muitas usinas ficaram descontratadas.
“O setor termelétrico demonstra forte competição, tanto de projetos existentes sem contratos quanto de novos empreendimentos que tiveram tempo para estruturação. Após quatro anos sem leilão, as empresas demonstrarão significativo interesse em participar”, explica.
O executivo considerou satisfatórias e bem elaboradas as mudanças recentes feitas pelo governo, que ampliaram o tipo de projetos que poderão concorrer no leilão. Para Bernard, sempre há espaço para aprimoramentos, especialmente em um mercado em constante evolução. Ele lembra que as baterias, representam uma tecnologia promissora para entrarem no mix do Sistema Interligado Nacional, mas que ainda carece de estudos aprofundados e amadurecimento do conhecimento técnico.
“Uma decisão particularmente acertada foi a exclusão das termelétricas a óleo e a carvão, diferentemente do ocorrido no último leilão de reserva de capacidade de 2021. Esta é uma clara sinalização do Ministério de Minas e Energia quanto à transição energética”, avisa.
A EDF Brasil tem ativos de geração térmica e hídrica no país. A UTE Norte Fluminense 1 (RJ – 827 MW) fica localizada na cidade de Macaé e usa o gás produzido na Bacia de Campos. Na parte hídrica, o ativo é a UHE Sinop (MT – 401,88 MW), uma das últimas hidrelétricas a entrar em operação no SIN. A companhia tem ainda o projeto da UTE Norte Fluminense 2, também em Macaé.
A expectativa do mercado e dos agentes era que o leilão de capacidade fosse realizado no ano passado. Apenas esse ano foi publicada a portaria, definindo a data em 27 de junho. De acordo com Bernard, a demora na realização traz prejuízo, já que em setembro deve ocorrer a primeira entrega de produto.
O CEO da EDF Brasil elogiou a modelagem de contratação, considerando-a alinhada com as melhores práticas internacionais.
Mas a publicação da portaria com a sistemática do certame também é motivo de atenção para elétrica francesa. Há uma necessidade de exatidão, de forma que não sejam permitidos adiamentos ou longas discussões.
“Aguardamos a rápida liberação da portaria de sistemáticas pelo Ministério de Minas e Energia, e uma condução eficiente da consulta pública do edital e dos contratos pela Aneel, aproveitando as contribuições e discussões do leilão de 2021”, conclui.
A EDF Brasil alega ter investido em tecnologia e modernização das suas usinas para garantir competitividade. Há uma expectativa quanto ao volume de contratação do leilão. Sem o auxílio dos planos decenais para ter uma perspectiva mais clara do que será necessário contratar, o executivo acredita que a necessidade será maior que o que era previsto anteriormente, uma vez que além do atendimento ao sistema, haverá ainda a supressão da variabilidade das eólicas e solares.
“Um ponto crucial é a definição da divisão entre produtos novos e existentes pelo MME. Esta segmentação demanda critérios específicos para alocação de demanda e oferta. Uma perspectiva mais clara deve surgir com a publicação da sistemática do leilão, que permitirá compreender melhor o tipo de operação e frequência de despacho previstos pelo MME”, comenta.