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O atual secretário de Clima, Energia e Meio Ambiente do Ministério das Relações Exteriores André Corrêa do Lago será o presidente da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), a ser realizada em Belém (PA) no mês de novembro. O nome foi confirmado nesta terça-feira, 21 de janeiro, após reunião no Palácio do Planalto entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e os ministros Rui Costa (Casa Civil), Marina Silva (Meio Ambiente), Sidônio Palmeira (Secom), Maria Laura da Rocha (substituta do Ministério das Relações Exteriores), além de Miriam Belchior (secretária-executiva da Casa Civil) e Celso Amorim (assessor-Chefe da Assessoria Especial do Presidente da República).
O presidente da COP30 terá ao lado nos trabalhos a atual secretária Nacional de Mudança do Clima do Ministério do Meio Ambiente, Ana Toni, nomeada diretora executiva do evento. Segundo ela, a conferência inaugura uma nova década de ação climática focada na implementação do Acordo de Paris, após a finalização de seu livro de regras na COP29.
Uma nota publicada pelo Ministério das Relações Exteriores classifica o embaixador Corrêa do Lago como um experiente negociador do regime de clima, o que pode ajudar no compromisso do Brasil com a agenda global de desenvolvimento sustentável, reforçando a liderança do país nas negociações climáticas internacionais. Lago é bacharel em economia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1981). Entrou na carreira diplomática em 1982 e exerceu funções nas áreas de organismos internacionais, promoção comercial, cerimonial e energia. Serviu nas embaixadas em Madri, Praga, Washington e Buenos Aires e na Missão junto à União Europeia, em Bruxelas.
Foi diretor do Departamento de Energia (2008-2011) e do Departamento de Meio Ambiente (2011-2013) no Ministério das Relações Exteriores, período em que foi negociador-chefe do Brasil para mudança do clima (2011-2013) e para a Rio+20 (2011-2012). Também foi embaixador no Japão (2013-2018), Índia (2018-2023) e, cumulativamente, no Butão (2019-2023). Publicou livros e artigos sobre desenvolvimento sustentável e mudança do clima e é também crítico de arquitetura. E desde março de 2023, é secretário de Clima, Energia e Meio Ambiente do Ministério das Relações Exteriores.
Corrêa do Lago em reunião com o presidente Lula, as ministras Marina Silva e a substituta no MRE Maria Laura da Rocha, além do ministro da Casa Civil, Rui Costa (Foto: Ricardo Stuckert/PR)
Já a Economista e doutora em Ciência Política, Ana Toni, tem longa trajetória direcionada ao fomento de projetos e políticas públicas voltados à justiça social, meio ambiente e mudança do clima. Foi diretora executiva do Instituto Clima e Sociedade (2015-2022), Presidente de Conselho do Greenpeace Internacional (2010 a 2017), diretora da Fundação Ford no Brasil (2003-2011) e da ActionAid Brasil (1998-2002). Também atuou como conselheira do Grupo Gold Standard, Fundo Baobá para Equidade Racial, Light e Vibra Energia, IPAM, entre outros. E é integrante da Rede de Mulheres Brasileiras Líderes pela Sustentabilidade.
Nome tem boa repercussão entre instituições do setor
A nomeação de André Corrêa do Lago parece ter agradado instituições do setor. Para o Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS), o embaixador possui capacidade de articular interesses diversos para não só facilitar as negociações durante a Conferência das Partes da ONU no Brasil, como para posicionar o nosso país como protagonista na agenda global. E que o repertório em negociações climáticas do profissional tem sido fundamental para engajar empresas de diversos setores, ampliando a participação do setor privado nas discussões sobre mudanças climáticas e desenvolvimento sustentável.
No último ano, Corrêa do Lago participou de importante frentes promovidas pelo CEBDS, tais como reuniões com CEOs e altos executivos das mais de 110 empresas associadas ao Conselho. Ou durante a Semana do Clima de Nova York, onde participou de uma “Chamada à Ação” liderada pelo setor empresarial, que defendia Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs) mais ambiciosas para o Brasil.
Ainda em 2024, o CEBDS foi convidado pelo embaixador para liderar a busca por soluções para a descarbonização de cinco setores-chave da economia brasileira. E, como primeira entrega, em dezembro, foi anunciada uma Coalizão, ao lado do Grupo CCR e Insper, para contribuir com a estratégia de redução de emissões do setor de transportes. “Ele será uma peça-chave no fortalecimento do diálogo, para que a COP 30 termine com resultados expressivos, sobretudo após os impasses vistos durante a última conferência, em Baku”, comenta a presidente do CEBDS, Marina Grossi.
Por sua vez, o Instituto Clima e Sociedade, também publicou uma nota manifestando a habilidade de articulação do novo presidente da COP 30 para superar os desafios da agenda em áreas como energias renováveis, biocombustíveis e agricultura de baixo carbono. Desafio que precisam ser alinhados aos compromissos de países desenvolvidos e em desenvolvimento em relação ao financiamento climático, garantindo que as metas de redução de emissões sejam compatíveis com a ciência climática e lidando ao mesmo tempo com os impactos socioeconômicos das mudanças climáticas em populações vulneráveis.