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Apesar de todos os números e esforços globais positivos para a eletrificação e expansão das renováveis, esse movimento precisa estar de mãos dadas com o enfrentamento do combustível fóssil. Durante coletiva de imprensa do lançamento da campanha “Reboot the World with Renewables”, da REN 21, a diretora executiva da entidade, Rana Adib, salientou que a energia renovável vem se mostrando uma opção de menor custo para gerar eletricidade, já assimilada pelos países e representada na viabilização das usinas eólicas e solares pelos países.

“Não é apenas uma história climática, claramente é uma história econômica. Faz sentido”, explica. A REN 21 é uma rede global multissetorial dedicada à energia renovável com quase 120 membros de governos, ONGs, indústria, ciência e academia.

De acordo com ela, o alto consumo dos combustíveis fósseis vem sendo observados nos últimos 14 anos. Há uma tendência de eletrificação em setores de consumo intensivo, como o transporte e a construção. Os EUA lideram na eletrificação da agricultura, enquanto a China está na frente em outros setores.

A velocidade do processo na China foi ressaltada durante a coletiva, enquanto em outras regiões do mundo, como a Europa os desenvolvedores ainda não conseguem atender a demanda no mesmo ritmo. “Quando olhamos para o desenvolvimento global é que estamos encontrando uma disparidade regional, há energia renovável desigual”, avisa.

A necessidade de aumentos nos investimentos não ficou de fora. Dados de 2023 e 2024 mostram que os dispêndios devem ser acelerados. Algo que o Brasil vem tratando agora também foi citado, que é a forte presença de eólicas e solares no sistema. “Hoje temos que saber como lidar com altas participações de renováveis ​​variáveis ​​nas redes, iniciando desenvolvimentos e como gerenciamos”, comenta.

Ramón Méndez Galain, que já ocupou a secretaria de energia do Uruguai, também participou da coletiva. De acordo com ele, em seis anos o país conseguiu passar de cerca de 50% de combustíveis fósseis na mistura para menos de 3% no ano passado.

Segundo ele, foi feita uma transição chamada de ‘Revolução Energética Uruguaia’. Metade da eletricidade vem da combinação de fontes naturais. Eólicas, solares e biomassa compõem a matriz limpa. Ele destacou que o movimento levou a uma queda no país, saindo de US$10/ kWh para US$5/ kWh. “Provamos realmente que as energias renováveis ​​podem diminuir o custo geral dos sistemas, trazendo impacto para a economia”, comemora.

O país recebeu nos últimos cinco anos investimentos em energia de US$ 6 bilhões, o que é cerca de 12% do PIB. Foram criados 50 mil empregos, cerca de 3% de toda a força de trabalho do país. 99,9% de todas as famílias no país possuem acesso à eletricidade. Mas ele salienta que mudanças de estímulo à transição foram necessárias, uma vez que o sistema uruguaio havia sido criado para favorecer a penetração de combustíveis fósseis.

“Estabilizamos totalmente o custo de produção de eletricidade em nosso país. Usamos essa transição para capacitar o país. Do ponto de vista social, tivemos um tremendo impacto positivo”, aponta.