fechados por mês
eventos do CanalEnergia
mantenha-se informado
sobre o setor de energia.
A paranaense Cogecom encerrou 2024 com um crescimento acumulado de 600% desde 2022 no mercado de energia compartilhada. A cooperativa alcançou a marca de 2.000 unidades geradoras voltadas para pequenos consumidores.
O crescimento acumulado foi impulsionado pelo aumento da demanda por energia compartilhada e pela expansão da base de cooperados, destacando a geração distribuída como uma oportunidade atraente para investidores em busca de alternativas diversificadas. Para atender a esse movimento, a Cogecom focou na oferta de projetos menores e acessíveis, promovendo a democratização do setor e ampliando sua rentabilidade.
Já no primeiro semestre de 2024, a Cogecom registrou um avanço significativo com expansão de 52%, encerrando o ano com pouco mais de 100% de crescimento, refletindo o forte apetite do mercado por soluções sustentáveis e acessíveis. Em entrevista ao CanalEnergia, o gerente nacional de energia da companhia, Rafael Fontes, afirmou que os resultados são fruto de um ano de intenso trabalho, impulsionado por um 2023 excepcional em investimentos no setor de geração distribuída (GD), especialmente no segmento fotovoltaico. “A conexão de novos projetos trouxe demandas específicas que exigiram investimentos expressivos em tecnologia, qualificação de mão de obra e diversificação de estratégias comerciais, ampliando o foco em diferentes segmentos e plataformas”, ressaltou.
Ainda segundo Fontes, atingir a marca de 2.000 unidades geradoras focadas nos pequenos consumidores representou um desafio significativo. Porém questões relacionadas à infraestrutura, processos administrativos e homologatórios, conduzidos pelas concessionárias de energia, foram nossos principais obstáculos. “A ausência de uma fiscalização mais ativa por parte do agente regulador (Aneel) tem prolongado prazos e dificultado o cumprimento de processos normativos, gerando incertezas para os envolvidos e um grande desgaste operacional. Apesar de avanços significativos, como a Lei 14.300/2022 e a Resolução Normativa 1.059/2023, ainda há muito espaço para evolução no setor”, destacou.
Democratização do mercado de energia
A geração compartilhada, um dos pilares da estratégia da Cogecom, tem permitido que pequenos consumidores participem de um mercado antes restrito a grandes investidores. “Nosso trabalho traz justamente essa oportunidade de investidores participarem do setor de energia por meio de projetos menores, até então inexistentes no mercado brasileiro”, explicou Fontes.
Essa abordagem resultou em números expressivos. Em 2024, a cooperativa injetou 480 MW de potência no mercado e gerou 236 milhões de kWh, sendo 123 milhões apenas no segundo semestre. Desde sua fundação, em 2017, a Cogecom já acumulou quase 850 milhões de kWh gerados, consolidando-se como uma referência no setor.
Com 50.000 unidades consumidoras em sua carteira, a Cogecom segue apostando em tecnologia, capacitação de equipes e projetos inovadores para democratizar o acesso à energia limpa e renovável. Para 2025, a cooperativa planeja um crescimento de 30% em geração e consumo, com foco na expansão de sua infraestrutura e no fortalecimento de parcerias estratégicas.
Desafios e perspectivas
Apesar do sucesso, Fontes destaca a necessidade de melhorias estruturais no país para sustentar o crescimento do setor. “Há uma demanda de estrutura no Brasil para que a energia possa crescer em percentuais ainda maiores do que se vê hoje no mercado”, afirmou. Ele também reforçou o papel da geração compartilhada na descentralização da produção de energia, aliviando gargalos na transmissão e fortalecendo a resiliência do sistema elétrico.
O executivo da Cogecom destacou como uma das principais prioridades para melhorar a infraestrutura os investimentos em redes de transmissão e distribuição. Em entrevista ao CanalEnergia, ele também mencionou que os desafios para 2025 continuam a incluir a necessidade de melhorias nessas áreas, além da criação de um ambiente regulatório que acompanhe o ritmo acelerado de crescimento do setor, a fim de garantir a viabilidade e eficiência das operações a longo prazo.
Cooperativas
O executivo falou ainda sobre a atuação de diversas entidades do setor na comunicação com órgãos reguladores e o governo, destacando uma grande oportunidade de união entre cooperativas, consórcios e associações para fortalecer a capacidade de reivindicação e articulação. Apesar da conexão da empresa com essas entidades, ele enfatizou que a comunicação direta entre as empresas do setor ainda precisa ser mais eficaz.
Ele destacou o papel da cooperativa em conectar pequenos geradores aos consumidores finais, fomentando um segmento de investimentos de baixo risco com boas taxas de rentabilidade. Essa abordagem contribui para a economia local em vários municípios e amplia o consumo de energia sustentável.
O consumo de energia renovável e sustentável vai além de uma oportunidade de economia e rentabilidade; é uma necessidade urgente para o planeta. Fontes acredita que, com a devida divulgação e conscientização, a demanda por esse segmento crescerá naturalmente, e a empresa está buscando formas diversificadas de educar o mercado sobre a relevância desse tema.
2025
Para 2025, a empresa tem como foco consolidar as operações nos estados em que já atua, com investimentos em tecnologia e capacitação da equipe, visando alcançar um crescimento de aproximadamente 30% em geração e consumo ao longo do ano.
A empresa planeja também investimentos significativos em sua capacidade analítica e sistêmica, considerando que o crescente volume de energia e os processos relacionados exigem que a tecnologia seja uma aliada no plano de expansão. Eles estão desenvolvendo um sistema próprio de treinamentos para capacitar profissionais altamente qualificados, um ativo difícil de encontrar, mas gratificante de formar. Mesmo com o uso de tecnologia, Fontes destacou que o capital humano continua sendo o fator determinante para o sucesso das operações.
Por fim, ele anunciou planos de investir em tecnologia de ponta, treinamento e capacitação da equipe, além de buscar parcerias estratégicas e explorar novos mercados. A empresa também pretende fortalecer o relacionamento com órgãos reguladores e stakeholders, o que considera essencial.