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A rede elétrica está se transformando em uma estrutura cada vez mais descentralizada e inteligente, aproveitando as tendências atuais para moldar o futuro. Em 2024, o Brasil registrou quase 11 GW de potência instalada em geração centralizada, sendo 5,5 GW de energia solar e 4 GW de energia eólica. Além disso, a geração distribuída no país já soma 35 GW, com 9 GW adicionados no ano anterior. Para o gerente de planejamento e inteligência de mercado da Associação Brasileira de Energia Elétrica (Abradee), Lindemberg Reis, esse cenário reflete a transição para uma rede mais dinâmica, capaz de atender às novas formas de geração e consumo de energia.
Segundo ele, essa evolução não se limita apenas a geração distribuída. “A carga está cada vez mais descentralizada, e novas tecnologias estão sendo incorporadas, como veículos elétricos, que já ultrapassam 120.000 unidades emplacadas no Brasil. Esses números ilustram o caráter exponencial da transformação energética. O grid do futuro, ou melhor, a rede sustentável do futuro, precisará ser capaz de acomodar esses novos entrantes, seja a geração distribuída, seja os veículos elétricos, que já são uma realidade consolidada”, explicou o executivo durante o Energyear 2025, realizado nesta quarta-feira, 05 de fevereiro, em São Paulo.
Ademais, o armazenamento, uma tendência cada vez mais presente, também desempenhará um papel crucial. Segundo Reis, a redução de custos de tecnologias de armazenamento, aponta para um futuro em que a geração de energia será mais descentralizada, com um número crescente de cargas off-grid. E esse movimento não se limita apenas ao Brasil, a eletrificação da economia está ganhando força no mundo inteiro. O executivo ainda afirmou que o Brasil tem grande potencial para avançar nessa direção, especialmente considerando a matriz energética com mais de 50% de fontes renováveis.
Questionado sobre o futuro, Reis apontou para um sistema elétrico mais descentralizado e dinâmico, com maior eletrificação de processos e um papel crescente da energia elétrica no aumento da produtividade. Segundo o executivo da Abradee, estima-se que até 2050, 50% da carga mundial será off-grid, e ele acredita que isso ocorrerá mais rápido do que imaginamos. “Para garantir essa evolução, é essencial que a rede seja adequadamente remunerada para manter a segurança energética do sistema, um tema que continua a ser um desafio no setor elétrico”, pontuou.
Por fim, Reis visualiza o futuro de redes cada vez mais automáticas, inteligentes e conectadas, com dispositivos e soluções de automação. De acordo com ele, a relação com as utilities de energia também mudará, deixando de ser simplesmente uma transação de pagamento de contas. “Será uma interação mais intensa e personalizada, provavelmente mediada por smartphones, com multiprodutos e serviços energéticos inovadores. Esse é um futuro que já está em construção, e os desafios que enfrentamos hoje são as oportunidades do amanhã”, finalizou.