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De acordo com relatório da agência de classificação de risco Fitch Ratings, o crescente curtailment não afeta os ratings dos grupos avaliados. Segundo o relatório, a entrada de novos projetos de energia renovável e a acelerada expansão da geração distribuída devem agravar os cortes na produção de energia até 2028, quando novas linhas de transmissão devem elevar a confiabilidade do Sistema Interligado Nacional.
Entretanto, a Fitch considera que a diversificação de negócios dos grandes grupos brasileiros dilui o impacto do curtailment. A agência acredita que os cortes no SIN podem chegar a 9% em 2028, frente a 6% em 2024. Os ativos eólicos tendem a sofrer menos, especialmente aqueles com perfil mais noturno. A entrada massiva de geração solar também está impactando o fator GSF das geradoras hídricas, que deve ficar na faixa de 0,8 a 0,9 em 2025, com redução da energia comercializável.
Do ponto de vista financeiro, o impacto do curtailment sobre os contratos negociados no ambiente de contratação livre tende a ser menor atualmente, em função dos baixos preços de energia no mercado de curto prazo para recomposição de lastro. Já no ambiente de contratação regulada, os cortes reduzem a receita contratada.
As perdas financeiras dos grupos mais expostos no terceiro trimestre de 2024 foram limitadas, inferiores a 7% de seu Ebitda consolidado. Entre eles estão Auren Energia, Serena Geração e Engie Brasil Energia, com impactos estimados de 6%, 6% e 2% do Ebitda, respectivamente. Os cortes tendem a ser mais fortes no terceiro trimestre, quando as eólicas costumam produzir mais.
Os cortes atingiram 14,2% da geração eólica e solar da Auren e 12,9% da Engie Brasil no terceiro trimestre. Esses níveis estão próximos à média verificada para o SIN, de 13%. As fontes eólica e solar representam 38% e 27% da energia assegurada/garantia física desses grupos, respectivamente. A Engie Brasil também atua em transmissão de energia e distribuição de gás, o que atenua ainda mais o impacto dos cortes na geração em seu Ebitda consolidado.
A Serena Geração sofreu menos cortes no trimestre, equivalentes a 5,6% de sua geração eólica. Alguns parques da companhia, que representam 36% de sua capacidade instalada, são isentos do risco de curtailment por estarem conectados diretamente à rede de distribuição ou mais protegidos por estarem fora da região nordeste, onde os cortes são mais intensos. Por outro lado, os ativos eólicos representam 94% de sua garantia física. Outros grupos, como CPFL e Copel sofreram cortes superiores a 20% de sua geração renovável, mas o impacto financeiro nesses casos é minimizado pela alta diversificação de negócios.